terça-feira, 2 de março de 2010

No lugar do outro!

Vamos vivendo e tentando aprender coma as vivências pelas quais vamos passando. Há no entanto situações ou até mesmo pessoas que temos dificuldade em entender.
Não sou com certeza um master na área da filosofia nem tão pouco tenho conhecimentos académicos de sociologia. O que tento fazer é só observar, ler, falar, ouvir e reflectir. Obviamente que o que penso e opino sobre qualquer assunto é tão só a aplicação dos verbos que referi para aquilo que são os meus “princípios”, os meus “valores” enquanto ser humano. Penso que qualquer pessoa que se manifeste sobre determinado assunto nunca pode ser completamente imparcial ou isenta, pois usa sempre a sua experiência pessoal para avaliar esse mesmo assunto.
No entanto há pessoas mais isentas e imparciais do que outras e isso tem a ver com a capacidade que cada um tem de se colocar no lugar do outro. Quando avaliamos o comportamento dos outros, a maioria das pessoas não tem qualquer pudor em dizer que determinado tipo de atitude está certa ou errada. Mas as pessoas que o fazem com maior facilidade, quase todas, tem dificuldade em imaginar as razões para tal atitude ou comportamento. Essa é uma capacidade que poucos tem, e os que a tem, também não são infalíveis.
Pensar o que faríamos se estivesse mos do outro lado é um exercício que requer compreensão, requer uma abertura de espírito que se treina, que se vai adquirindo com as vivências que vamos tendo.
As pessoas que são egoístas não tem essa capacidade. Porque para tal é necessário pensar que os outros também tem opinião, também tem um ponto de vista que pode estar correcto, que é valido.
É óbvio que não somos todos iguais, é essa diferença que torna o mundo belo, cada cabeça sua sentença. O que não quer dizer que estejamos todos certos naquilo que opinamos, mas também não estaremos todos errados! Como tal será sensato pensar que quando alguém pratica um determinado acto, tem uma razão para o fazer. Algum motivo esteve na origem de uma atitude, que até pode não nos agradar, mas que provavelmente foi praticada com a melhor das intenções. Saber as causas ajuda na compreensão. Reconhecendo a origem e tentando imaginar que atitude tomaria cada um de nós em circunstâncias indênticas, é um exercício que levará a desculpar muitas das coisas que nos desagradam.
Não quero com isto dizer, que esta é a solução para tudo, pois sei, que há situações que jamais vamos tolerar, mas isso tem a ver com o facto, de cada um de nós ter valores e princípios, que alem de não serem absolutos, nos foram “ensinados” por todas as vivências que vamos tendo ao longo da vida, e essas são necessariamente diferentes de pessoa para pessoa! A forma como cada um de nós reage, é a marca do nosso carácter, e esse nasce-se com ele e vai-se cultivando com a experiência!
Um dia houve alguém que me disse: “- quando nascemos temos todos o mesmo QI, a questão é que com o passar do tempo o vamos “educando” de forma diferente.” Não penso que seja bem assim, mas se fosse diria que com o carácter se passa o mesmo.
“Não testemunhes com a boca o que os teus olhos não viram!”, é um proverbio judaico.
Se fosse tido em conta este proverbio, ajudaria a causar menos embaraços a muita gente que abre a boca só por abrir! A causar menos transtornos a algumas pessoas, que até se esforçam, para compreender o que motiva esse tipo de atitude.
Se antes de abrirem a boca, pensassem o como seria se estivessem do outro lado, no lugar daqueles que estão a maltratar ou a maldizer, de certeza que haveria muito menos injustiças e que muitas mais pessoas acordariam com um sorriso, prontos para desempenhar as suas tarefas diárias, com muito mais apetite e atitude.
Teríamos um mundo melhor!
É por esse mundo que temos que lutar!

2 comentários:

  1. Uau!!!! Concordo com tudo (desta vez)!!! E adoro o proverbio Judaíco! Acrescentaria uma coisa...(para variar).... Ás vezes "julgamos" os outros gratuitamente.... o que é um exercicio que vou tentando emendar em mim própria, porque humildemente reconheço que o tenho, como a maior parte das pessoas que conheço... acrescentaria ainda (e falo por mim) que, quando não aceitamos determinada actitude ou comportamento nos outros muitas vezes se deve à forma como é posto em prática, raramente nos preocupamos logo com o motivo ou a finalidade e a maior parte das vezes o que "salta à vista" é a forma... e essa, quando choca com os nossos valores é que "Entorna o caldo"! Bjs. CG

    ResponderEliminar
  2. Teríamos um mundo melhor! É por esse mundo que temos que lutar! Effectivement, en essayant de changer le monde à une toute petite échelle, celle qui nous entoure, qui nous est proche, et en espérant que bon nombre d'autres humains s'efforcent de suivre cette voie, il est envisageable qu'on arrive à un monde meilleur. Il faut garder l'esprit rebelle, fuir l'uniformité et la conformité. L'esprit philosophique contribuera certainement à que cette quête intérieure soit fructueuse. Ma.

    ResponderEliminar