quarta-feira, 31 de março de 2010

Religião

Tema difícil e polémico!
Sou agnóstico, fui educado segundo os princípios da igreja católica, fiz a progressão normal de alguém que frequenta a catequese e recebe os ensinamentos da Santa Madre igreja. Fui crescendo e modificando a minha opinião em relação à igreja católica. Penso que fiz a progressão mais comum entre os jovens, com a idade afastam-se da igreja, não por nenhuma razão em especial mas só porque a igreja não atrai a grande maioria das pessoas.
Tento respeitar a opinião dos outros, com a religião também não é diferente. Foi essa necessidade de respeitar o que os outros pensam, que contribuiu de forma determinante para a minha mudança de opinião. Respeitar os outros, revela um sentimento de tolerância. Sentimento esse, que em minha opinião, é pouco observado pela igreja católica!
A dificuldade que há por parte dos católicos para porem em pratica o que proclamam, foi outra das razões que determinou o meu afastamento da religião.
Quase todas as pessoas tem necessidade de acreditar em algo transcendente. É a única forma que muitas vezes existe para explicar aquilo que não percebemos ou entendemos. Tem dias que também eu faço parte desse grupo, sem nunca apelidar a “entidade” responsável pelo nosso destino, há dias, horas, momentos que tenho necessidade de recorrer ao “inexplicável”, para ficar mais confortado.
É a necessidade de sentir esse conforto, esse “apoio” que faz com que as pessoas sejam crentes. Cada um crê naquilo que aprendeu, foi aprendendo ou desistiu de aprender. Temos que respeitar essas necessidades e vontades, aliás temos que respeitar todas!
Falo da igreja católica porque é a única que conheço um bocadinho, foi-me dada a conhecer por que tem teve a "responsabilidade" da minha educação enquanto criança, e especialmente pelo Padre Américo, que além de ser o padre da paroquia lá do burgo era também meu professor, ensinou-me muito do que sei de francês e muita da gramática da nossa língua. Com ele tive algumas discussões bem interessantes, não nessa fase de estudante ou de catequista, mas mais velho, quando eu já questionava muito daquilo com que não concordava e não me parecia correcto.
Lembrei-me de escrever sobre a religião porque estava a ouvir o telejornal, uma das noticias era referente a um grupo de pessoas que questiona o que o Estado vai gastar para receber em Maio, o Papa. A missa na Praça do Comercio vai custar a modica quantia de 200.000 euros, mais coisa menos coisa. Desculpem os crentes na Igreja Católica Apostólica Romana, mas parece-me demasiado, para gastar em duas horas. Quantas bocas se alimentavam com esse dinheiro? Quantas casas se construíam com a verba em causa? Não parece correcto que para fazer erguer uma tenda que vai ser utilizada durante duas horas, se gaste o equivalente ao que seria necessário para criar habitação própria para 3 ou 4 famílias que provavelmente iria ser usada toda a vida!
É esta falta de coerência, é pela forma opulenta, é pela ostentação de toda esta riqueza que a “bota não bate com a perdigota”. Não rezam os ensinamentos que Jesus viveu de forma humilde e abnegada? Não é dessa forma que seria suposto viverem os clérigos?
Tenho muita dificuldade em entender, toda a riqueza que é ostentada pelo Vaticano. A leitura da Bíblia, sugere que se partilhe, que se divida. Os sete pecados capitais, são também uma criação da igreja católica, com o intuito de educar e controlar os seus seguidores, os grandes pensadores católicos classificaram os vícios da condição humana. Os pecados perdoáveis, aqueles que são absolvidos em confissão. Os pecados capitais: Gula, Avareza, Luxuria, Preguiça, Ira, Inveja e Vaidade, são merecedores de condenação!
O Vaticano não vive na Luxuria? Se a forma como se vive entre portas na Praça de S.Pedro em Roma, não é luxuria, então o que é luxuria?
A igreja católica não tem sabido adequar as suas leis, os seus pensamentos às mudanças que tem ocorrido por todas as sociedades onde se proclama a palavra do Senhor. Isso e a falta de coerência entre a proclamação da palavra e os actos praticados tem corroído uma instituição que desde sempre teve um comportamento muitas vezes desadequado com a Lei do Senhor.
Quem dirige a igreja não tem sabido fortalecer o que deveria ser o primeiro recurso dos católicos com mais dificuldades, sejam elas espirituais ou materiais. Muito pelo contrario, tem mantido uma politica que cada vez mais se vai afastando das pessoas, que vai desacreditando uma instituição que deveria ser sempre exemplar.
Muitas pessoas recorrem às novas seitas e crenças que vão aparecendo, para sentirem o apoio que a igreja católica não lhes dá.
Acredito que adequando as ideias e estruturas às necessidades e vontades actuais, iriam conseguir chegar a muito mais pessoas.
Pessoas bem necessitadas do conforto que só uma grande instituição como a igreja católica pode oferecer.

domingo, 28 de março de 2010

Complicação!

A mente humana é realmente algo de difícil compreensão.
Como é que para alguns o que é por demais evidente, para outros mesmo depois de bem claras as coisas, ainda é complicado?
Ainda bem que não pensamos todos da mesma forma, iria ser muito complicado gostarmos todos do mesmo. A beleza que nos é proporcionada pela diversidade de opiniões, gostos e ideias, não existiria. Seria um marasmo completo! Bem vistas as coisas seria praticamente impossível a vida na terra, não haveria profissões diferentes, não haveria cores diferentes, ouviríamos todos a única musica disponível, não conseguiríamos viver!
Com diversidade de opinião podemos melhorar a nossa. Podemos ouvir diferentes estilos de musica, escolhendo em cada momento o que mais se adequa ao nosso estado de espírito. Podemos usar a roupa que nos torna mais atraentes, quando esse é o objectivo.
Podemos fazer tanta coisa, que nem temos bem a percepção de todos os meios que temos ao nosso alcance, para satisfazer as nossas “necessidades” e prazeres. Temos “tudo” para sermos felizes! E porque é que não somos?
Porque a nossa mente é complicada!
Parece que temos uma necessidade extra, a necessidade de estarmos sempre insatisfeitos!
Se por um lado isso é bom, pois é nessa necessidade que encontramos “motivação” para o próximo passo, para a próxima evolução, seja ela qual for. É pelo facto de estarmos permanentemente insatisfeitos que procuramos melhorar. Tentamos satisfazer o que são os motivos da nossa insatisfação, procurando o que pensamos nos irá dar prazer, nos irá trazer alegria e felicidade.
Por outro lado essa mesma insatisfação, essa mesma necessidade trás-nos alguns amargos de boca. Provoca-nos mau estar, quando sentimos que andamos numa busca incessante de felicidade e alegria que nunca a atingimos em pleno. Senti mo-nos impotentes para nos satisfaremos
Parece um contra senso, e se calhar até é. Mas sem duvida é quando sentimos que não atingimos o que pretendemos, é quando ficamos no marasmo que nos tornamos pessoas mais insatisfeitas, mais infelizes.
A forma balanceada como vamos sendo felizes e infelizes ao mesmo tempo, requer um esforço mental para que possamos compreender qual o saldo que obtemos quando avaliamos o nosso índice de felicidade/infelicidade. Quando bem analisado constatamos que a grande maioria das vezes, nos julgamos infelizes sem razão verdadeira para tal estado de espírito. Só porque não atingimos determinado objectivo, só porque não conseguimos satisfazer mais um capricho, dizemos que estamos mal, pensamos que o mundo está todo contra nós. Somos infelizes.
No fundo a grande maioria de nós não sabe o que é estar mal, o que é ser verdadeiramente infeliz. Temos ao nosso alcance tudo o que necessitamos para tornar a nossa vida maravilhosa, muitas das vezes não conseguimos é perceber que o que desejamos está ali, mesmo ao nosso lado.
Há uma grande tendência para complicar para o que é fácil. Procuramos o que está longe, o que é mais difícil de alcançar e descuramos o que está à frente do nosso nariz, ao alcance das nossas mãos. É uma complicação! Poderia ser mais simples? É claro que podia…mas não era a mesma coisa!!! A vida não teria o mesmo encanto, se tudo fosse simples e fácil, não tínhamos tanto gozo. Quanto mais luta dá, mais prazer se obtém. Esse é o espírito! Desde que saibamos viver bem, simplificando o que é complicado, e abandonando o inatingível!
A vida tem que ser um prazer, uma felicidade, complicada ou não temos que tentar tirar sempre o melhor partido de tudo o que nos é proporcionado.
Só sentimos dificuldades e tudo o resto porque estamos vivos!

quarta-feira, 24 de março de 2010

Limpeza

No dia 20 de Março, Portugal foi limpo! Muitas pessoas participaram na iniciativa “Limpar Portugal”.
Não participei, porque apesar de pensar que é com este tipo de iniciativas que se podem sensibílizar os mais porcalhões, eles (os porcalhões) também não participaram. A ideia é boa, teve sucesso, e temos alguns recantos bem mais limpos.
Aquilo com que eu não concordo, tem a ver com o facto dos indivíduos que sujam, as pessoas que não tem carácter cívico, aquelas que realmente fazem lixeiras em todo o lado, não serem “obrigadas” a limpar.
Quem esteve envolvido no movimento “Limpar Portugal”, são indivíduos que pelo seu espírito cívico, não sujam o que limparam, ao contrario dos porcalhões que deitam todo o tipo de lixo no chão, que não respeitam nada nem ninguém, esses sim deveriam ser educados, deveriam ter como “castigo” limparem tudo o que sujam.
A questão não passa só por termos um Portugal com melhor ambiente. O aspecto dos espaços públicos e as consequências que podem advir do facto de haver lixo por todo o lado, também são importantes. Não é só nas matas e jardins que os nossos concidadãos deitam lixo, algum dele até é bio-degradável, além dos mau aspecto não causa danos no ambiente. É verdade que ninguém gosta de fazer um pic-nic junto de um monte de lixo, que alguém por preguiça lá deixou do repasto anterior. Agora será que alguém gosta de andar na rua a pisar restos de comida e os detritos, que os porcalhões trouxeram de casa e deixaram onde lhes deu mais jeito?
Estes actos podem ter consequências bem gravosas. Vamos só imaginar a celebre escorregadela na casca da banana! Alguém mandou para o chão só porque é porco, uma casaca de banana, e que vem atrás escorrega e cai, uma risada é a primeira reacção! O que as pessoas esquecem são as consequências desse acto irreflectido, os danos que podem ser causados a terceiros. Uma perna partida, uma cabeça rachada… É correcto que alguém tenha que sofrer fisicamente pelo facto de alguém sem civismo fazer o que lhe apetece?
Outro dos pecados que se cometem pelas ruas e jardins das nossas cidades, são os dejectos dos animais de estimação. É crime, é perigoso para a saúde. Vamos só imaginar que uma das nossas crianças, que ainda está a aprender a caminhar cai em cima duma dessas porcarias, e que quem a acompanha, porque não viu, a deixa levar as mãos à boca. Quais são as consequências? Que damos podem ser causados a essa criança? Que responsabilidade deveria ter o dono do referido animal de estimação, que a única coisa que estima é o seu próprio ser?
O quem em minha opinião deveria ser limpo é a falta de civismo que existe! Essa sim é uma tarefa muito árdua e que teria que passar por um investimento na educação das pessoas, para adequarem a sua forma de viver ao bem estar da sociedade na qual estão inseridas.
Há pequenos pormenores, atitudes simples que facilitam a vida de todos. Se não sujarmos, não temos que limpar. Se, se evitar atirar para o chão, o papel da pastilha e a própria pastilha, a casca da fruta e tantos outros pequenos objectos, as nossas ruas estariam muito mais limpas.
Não teríamos que perder tanto tempo a tirar da sola do sapato, a pastilha que pisamos e que nos sujou a casa toda.
Um destes dias, ao chegar a casa estava um cãozinho preso por uma trela, segura por outro animal este supostamente racional, a urinar à porta do meu prédio. Perguntei à senhora se estaria correcto deixar o seu animal de estimação urinar na minha porta, ao que a senhora respondeu: - “que mal tinha? Era só um xixi do cãozinho”. Respondi à senhora que a partir daquele momento também eu poderia satisfazer as minha necessidades fisiológicas na sua porta, podendo a senhora ficar descansada, correria menos riscos do quem passa à minha, pois a minha urina é analisada regularmente e não sou portador de nenhuma doença! O mesmo já não podendo afirmar a senhora no que dizia respeito ao seu animal.
Parece pouco sensato, mas estamos a falar de comportamentos pouco sensatos! Como tal não vejo diferença, na falta de respeito e de sensatez de ambos os lados. Usei este argumento com a pessoa em causa para lhe tentar chamar à atenção da falta de respeito que a mesma estava a ter com todos os seus concidadãos. Se qualquer pessoa defecar em local publico, isso é entendido como um acto repugnável. Porque é que os animais portadores de coleira o “podem” fazer? Não são os donos dos mesmos pessoas repugnáveis?
Um pouquito mais de respeito, mais civismo, e melhor educação, iria tornar o nosso mundo num mundo bem mais limpo!

sábado, 20 de março de 2010

A defesa do nosso produto.

A vida custa a todos! A uns mais a outros menos.
Cada um de nós tem mais ou menos dificuldades, para conseguir obter os bens e serviços que “necessita” para tocar a vida para a frente.
Grande maioria das vezes, quando é necessário adquirir algo, seja um bem ou serviço de primeira necessidade, ou alguma coisa superfula, o primeiro e único factor que é tomado em linha de conta é o preço. Poucas são as pessoas que preferem a qualidade em detrimento do preço. A qualidade é importante, mas o preço é mais!
Nem tudo o que é mais caro é melhor, mas muitas vezes o preço também faz a diferença.
Como é lógico e compreensivel, as dificuldades financeiras fazem com que este factor, seja o mais importante. O que não me parece correcto, é quem tem menos possibilidades financeiras, querer viver ao mesmo “nível” daqueles que não precisam de contar os trocados para adquirirem o que lhes apetece.
Este comportamento, faz com que quem tem menos possibilidades, na maioria dos casos, para poder chegar aos bens mais caros, tenha duas possibilidades: - compra e não paga! – ou adquire produtos contrafeitos ou vendidos de forma ilegal!
A pratica desta atitude é um roubo! Todos perdem com os roubos! Perdem os que são directamente atingidos, aqueles que tem uma marca que por si só representa um certificado de qualidade, e perdemos todos, porque os impostos que deveriam ser pagos não o são.
A nossa cultura, tem em minha opinião um defeito, que tento combater.
“Se fulano fez, porque é que eu não posso fazer também!” É este tipo de pensamento que não nos faz passar da “cêpa torta”. Lá porque o vizinho me roubou, eu não tenho que o roubar também. Quando se compra algo, e especialmente o que é mais caro, se o vendedor apresentar dois preços, um com factura outro sem, a grande maioria das pessoas acaba por decidir pelo preço sem factura. Esquecendo completamente que com essa atitude, se está a prejudicar, não no imediato, porque pagou menos, mas no médio e longo prazo. Se todos roubarmos o estado, como é que o estado nos pode oferecer bens e serviços de melhor qualidade.
Conversa da treta, dizem alguns! Pois que digam! As melhores condições de vida dos países do norte da Europa, Suécia, Dinamarca, Noruega… foram alcançadas porque a cultura dos povos do norte é bem diferente da nossa. A cultura “Latina” é egoísta, só pensa no presente, esquecendo que o presente é só um instante!
Uma das grandes contribuições que a nossa sociedade tem dado para a subida do desemprego, e mesmo para a redução do preço da mão de obra, tem a ver com a facto de se procurar o que é mais barato.
Quando vão comprar ao “chinês”, não vão comprar qualidade, vão comprar barato. O chinês, é barato porque a mão de obra na china é escrava, trabalham 45 dias seguidos com um dia de folga, 12 horas por dia! Coisa que por aqui ninguém está disposta (ainda bem). Quando se adquirem estes produtos, quem o faz está a prejudicar toda a nossa economia, além de não serem fabricados cá, sem mão de obra portuguesa, são fabricados sem condições de segurança ou qualidade, mas pelos visto ninguém se importa com isso! O mais grave ainda é que os empresários chineses por cá estão isentos de pagar impostos durante cinco anos. Concorrência desleal!
Enquanto nós não dermos preferência ao que produzimos cá dentro, enquanto não escolhermos o que é manufacurado com a nossa mão de obra, não vamos obter melhores condições. O dinheiro em vez de ser distribuído cá dentro, em vez de pagar os salários dos empregados portugueses, vai encher os bolsos dos empresários de outros países, que enriquecem á conta da escravidão que praticam nas suas próprias empresas.
Quanto mais consumirmos do exterior, menos possibilidades temos de reivindicar melhores salários e melhores condições laborais. Por inveja, a grande maioria, da nossa população prefere encher os bolsos dos chineses, para eles poderem gastar no casino, a encher os bolsos a um qualquer concidadão que tenha um empresa prospera. Se for um português, é um gatuno, mesmo que pague os seus impostos, e que tenha os ordenados em dia. Se for um chinês, é um lutador, vêm de tão longe, falar um língua tão estranha, só dificuldades!!!
Vamos acordar, reflectir, e defender o que é nosso! Os nossos produtos, a nossa mão de obra, o nosso clima…, vamos fazer com que todos tenhamos melhores condições.
Vamos ser menos egoístas!

domingo, 14 de março de 2010

Bofetada de luva branca.

Tomei a liberdade de editar este post, com o editorial escrito pelo editor de politica do DN, mas que poderia ter sido escrito por mim!
Não sou Madeirense, mas faço parte do grupo ainda maior de pessoas, que fica indignado com o egoísmo, e com a falta de visão que algumas pessoas revelam, quando pensam que só acontece aos outros!
“ Não faças com os outros, o que não gostarias que os outros fizessem contigo!”
É um lema, que quem me conhece bem, sabe que tento seguir o mais à risca possível! O senhor Alberto João nem por isso, e nós aguentamos!!!

“Uma bofetada de luva branca
Data: 26-02-2010
Faço parte daquele enorme grupo de madeirenses que nunca esqueceu a arrogância do presidente do Governo Regional da Madeira quando, em 1999, disse: "Nem um tostão para Timor!" Fiquei ainda mais magoado quando, um ano depois, tive a oportunidade de visitar Timor-Leste integrado na comitiva que acompanhou o Presidente da República Jorge Sampaio em visita oficial. Vi casas destruídas, vi gente humilde, sem nada. Gente que ainda falava algum português, que pedia ajuda e que precisava mesmo dessa ajuda. E lembrava-me, nessa Díli ainda destroçada, do presidente do governo da minha ilha: "Nem um tostão para Timor!".
Agora que Timor começa a erguer-se mas revela ainda muitas fragilidades, é a nossa Madeira, a 'Singapura do Atlântico', a merecer a ajuda de fora. Ao contrário de mim, Ramos-Horta e Xanana Gusmão já esqueceram o que disse Jardim. E agora, em vez de nem um tostão para a Madeira, vejo com emoção um país bem mais pobre que a nossa rica Região a dizer: "100 mil contos para a Madeira!". Timor, um dos países mais pobres do mundo, desvia dos seus cidadãos 556 mil euros (ou 750 mil dólares) para ajudar a manter o bom nívelde vida de uma Região que se apresenta com indicadores que a deixam como uma das mais ricas da União Europeia. E Timor não se limita a um tostão: oferece mais de dois euros a cada madeirense.
Sei que este não é o momento para tricas políticas. Que a hora é de trabalhar pela reconstrução, chorar os mortos e proteger os vivos. E,sinceramente, acho que estamos a fazer bem o que é possível fazer nestaaltura. O Governo, as Câmaras, as Juntas, os Voluntários. Mas é difícil ficar insensível perante os contributos vindos de fora. Além dos efeitospráticos na reconstrução, a solidariedade de anónimos e as visitas dos 'cubanos' Sócrates e Cavaco e ainda o dinheiro do patrão do 'Pingo Doce' obrigam-nos não apenas a ter mais cuidado com o planeamento urbanístico como também a ter mais tento na língua. Nas desgraças é assim: hoje eles, amanhã nós.
Miguel Silva,
Editor de Política do DN”

quarta-feira, 10 de março de 2010

Let's talk about sex!

Como os últimos post’s foram deprimentes, e eu não sou uma pessoa deprimida, vamos lá falar daquilo que até os animais gostam!
Neste blog, já fiz uma incursão pela politica, pelo futebol, pela droga e álcool. Faltam ainda muitos temas, a religião, a musica … e sei lá! Mas sexo! Deixa-nos bem dispostos! Gera comentários, dá prazer! É polémico!
Como já disse anteriormente, só necessitamos do que conhecemos! Com o sexo também não é diferente.
As necessidades sexuais de cada um variam, tendo em conta a questão fisiológica, psicológica e social! Bem !!! Pareço um catedrático!
Vou traduzir. As necessidades fisiológicas de cada um de nós, variam consoante a nossa condição física. As hormonas não nos foram distribuídas de forma igual, há pessoas a quem o sangue aquece mais rapidamente, outras que precisam de estímulos bem mais prolongados ou mais intensos para que atinjam o mesmo estádio.
Esta “definição” também pode ser utilizada a nivel psicológico, ou seja dependendo das motivações ou do estado de espírito, assim se “aquece” mais rapidamente ou não.
Qual a diferença principal? Enquanto que com as hormonas pouco podemos fazer, ou estão lá ou não. Com a cabeça, somos nós que temos que dar a volta ao assunto. É cada um de nós que tem que criar as condições apropriadas para nos deixarmos envolver ou não, com os estímulos e solicitações de que somos alvo.
Onde é que, em minha opinião, está o busílis da questão? No que diz respeito ao contexto social!
O peso da educação e das vivências de cada um, é que fazem com que as pessoas desfrutem do sexo, de forma tão diferenciada.
Os conceitos e preconceitos que fazem parte da educação de cada pessoa de forma individual, e da sociedade em geral, são o que condicionam mais as atitudes e os actos sexuais.
Estas duas condicionantes, fazem com que cada um de nós tenha mais ou menos dificuldade em dar a volta à sua própria cabeça, para desfrutar do prazer de um acto sexual. Quem vive mais envolto nos conceitos do que é politicamente correcto, tem dificuldade em conseguir gozar, uma necessidade fisiológica, que acima de tudo deve ser um momento de libertação, um momento de intenso prazer.
Quando as pessoas, durante o acto sexual, se abstraem do que está à sua volta e se deixam guiar pelo efeito das hormonas, o prazer que conseguem desfrutar é muito mais intenso. Depois isto é um ciclo vicioso, quanto mais prazer cada um tem de forma individual, mais prazer tem quem partilha o acto.
Quando um dia destes, num dos post’s dei o exemplo das brasileiras, estava a pensar na forma despodurada e despreconceitosa como elas (e muitas outras pessoas) vivem a vida.
Negar à partida uma coisa que se desconhece, não é um bom caminho. Cada um de nós pode até pensar que determinada coisa nos agrada mais ou menos, embora não a conheçamos. Mas não há nada como exprimentar! Ai sim, já podemos afirmar que gostamos ou não, sem nunca esquecer que muitas vezes as más experiências, são só o reflexo de maus executantes!
Não estejam a pensar que virei Gay!!! Nada disso! (muito macho)
Não vou precisar de exprimentar, não por nenhum preconceito, mas só porque as minhas hormonas não deixam! ( Não gosto de pelos, e sou sensível aos odores!)
O que gostaria de partilhar convosco, é só a forma despodoradada como vivo a minha vida, fazendo o que me vai na alma, tentando ignorar os conceitos e preconceitos com que a nossa sociedade se rege. Lá porque um dia houve alguém que se lembrou de dizer que assim é que é bom! Não tenho que me fechar ao mundo, não posso fazer de conta que o resto não existe. Somos muitos milhões no mundo, e todos nós com experiências e vivências diferentes.
Porque é que as minhas tem que ser as melhores? Porque é que não abro a minha mente a outros pontos de vista, que por vezes tem melhores resultados que aqueles que conheço.
É assim que tento viver e aprender. É desta forma que tento gozar e fazer gozar cada momento que tenho o privilégio de viver!
Agora sim justifica-se!!!
Boas quecas!!! (não vou retirar)

quarta-feira, 3 de março de 2010

Pour Marie et Nelma

Tentei escrever em francês, pensei em escrever em inglês, mas o texto não fluía como na minha língua materna!
Há pessoas que mos marcam!
Marie é uma tradutora, que esteve a fazer tradução de inglês/francês, para uns colegas franceses que estiveram presentes na mesma formação que eu nestas duas semanas. Aprecio os bons profissionais e Marie é muito boa naquilo que faz. O facto de de eu falar as duas línguas presentes na formação, tornou a nossa comunicação mais regular. Ela é bem disposta, tal como eu tenta que o ambiente á sua volta se torne o melhor possível. Como de todas as pessoas presentes na sala, um alemão, quatro franceses, um iraniano, um inglês e dois paquistaneses, Marie era a única com quem se podia falar, fomos falando. Marie interessou-se pelo meu blog, as questões filosóficas passaram a ser tema de conversa.
Hoje de manhã quando cheguei á sala Marie viu que eu não estava bem, tentou que eu mudasse de disposição, como eu não queria falar sobre as minhas razões, não queria dizer a ninguém que era o meu aniversário, não permiti que a minha disposição mudasse. Quando almoçávamos Marie tentou inteira-se porquê tanta má disposição, acabei por confessar! Era o meu aniversário e tinha acordado num quarto de hotel despojado de tudo e de todos os que mais amo, estava a ser duro para mim. Marie com a sua sensibilidade e compreensão tentou aliviar o meu "stress", chamando-me á razão, fazendo sentir tudo o que ela me podia dar, a sua amizade! Não o conseguiu de imediato mas contribuiu para que eu reflectisse, fazendo com que a minha má disposição passa-se.
Durante o que restou da hora de almoço, escrevi o post que antecede este, perguntei à Marie se queria ler antes de ser publicado, ela leu. Não comentou. Quando a formação recomeçou, reparei que Marie tinha lágrimas nos olhos, não estava a passar bem! Tentei inteirar-me do que se passava, não me disse. Ao fim do dia quando a disposição dos dois já estava mais perto do normal, Marie disse-me o que de facto a tinha deixado mal. Quando leu o meu post ficou ferida, sentiu-se magoada. Deu-me tudo o que estava ao seu alcance, o maior bem que podemos dar a outrem, a amizade, e eu não a tinha sentido!
Foi honesta, foi sincera, e isso é algo que aprecio muitíssimo.
Há dias assim!
Desculpa Marie!
Tenho o privilégio de partilhar a minha vida com a melhor "tudo" que uma pessoa pode desejar: a Nelma.
Porque pedi desculpa á Marie publicamente, pelo facto de não ter sentido que ela estava lá!
É justo que peça desculpa á Nelma!
Tendo em conta que ela está sempre lá! Reconhecendo publicamente que a mãe dos meus filhos, a minha Mulher, é a minha melhor amiga.
Algumas vezes também ignoro que ela está lá!
Há momentos assim!
Desculpa Nelma!
Por vezes magoamos quem não merece, somos ingratos!

Há dias assim!

Há dias e dias!!
Há dias que são assim!
Sem razão aparente, ou talvez sim, num momento que devia ser de boa disposição, não conseguimos fazer mais do que o necessário para nos mantermos de pé!
De facto a mente humana é complicada, é difícil conseguirmos controlar o que nos vai na alma, quando as condições nos são adversas.
Hoje o tema é pessoal, digamos que é só a manifestação de um estado de espírito.
Não sou de grandes comemorações. Não por nenhuma razão em especial, mas porque foi assim que cresci. No entanto, e especialmente hoje, sinto que me apetecia ver, sentir, perto de alguém de quem gosto! Não posso! Estou rodeado de pessoas simpáticas, mas que não me dizem nada! Que não me fazem sentir o calor humano que me apetecia sentir.
Tenho uma amiga, que há uns tempos atrás passou por uma situação bem complicada na sua vida pessoal. Daquelas situações que não sabemos o que dizer ou fazer! A situação pela qual ela passou, acabou por ser ultrapassada da melhor maneira. Quando em conversa falávamos sobre a forma positiva como tudo tinha terminado, ela fez um comentário que registei. A minha amiga pensou, que a situação pela qual passou, foi como um teste! “Quem” manda nisto tudo quis testa-la, teve a necessidade de verificar até que ponto ela se “aguentava”.
Este foi um exercício mental que também eu fiz no dia de hoje!
Passei mais um teste!
Não volto a fazer trinta mais dez!
Há coisas na vida que só nos apercebemos que existem, quando as procuramos e não as encontramos.
A solidão é um estado de espírito, um sentimento, o que quer que seja, terrível, muito em particular para quem gosta de partilhar a vida com os outros.
Estar no centro de uma multidão e estar só, é um sentimento muito duro!
Obrigado a quem tentou aliviar a minha solidão.
Mas há dias assim!

terça-feira, 2 de março de 2010

No lugar do outro!

Vamos vivendo e tentando aprender coma as vivências pelas quais vamos passando. Há no entanto situações ou até mesmo pessoas que temos dificuldade em entender.
Não sou com certeza um master na área da filosofia nem tão pouco tenho conhecimentos académicos de sociologia. O que tento fazer é só observar, ler, falar, ouvir e reflectir. Obviamente que o que penso e opino sobre qualquer assunto é tão só a aplicação dos verbos que referi para aquilo que são os meus “princípios”, os meus “valores” enquanto ser humano. Penso que qualquer pessoa que se manifeste sobre determinado assunto nunca pode ser completamente imparcial ou isenta, pois usa sempre a sua experiência pessoal para avaliar esse mesmo assunto.
No entanto há pessoas mais isentas e imparciais do que outras e isso tem a ver com a capacidade que cada um tem de se colocar no lugar do outro. Quando avaliamos o comportamento dos outros, a maioria das pessoas não tem qualquer pudor em dizer que determinado tipo de atitude está certa ou errada. Mas as pessoas que o fazem com maior facilidade, quase todas, tem dificuldade em imaginar as razões para tal atitude ou comportamento. Essa é uma capacidade que poucos tem, e os que a tem, também não são infalíveis.
Pensar o que faríamos se estivesse mos do outro lado é um exercício que requer compreensão, requer uma abertura de espírito que se treina, que se vai adquirindo com as vivências que vamos tendo.
As pessoas que são egoístas não tem essa capacidade. Porque para tal é necessário pensar que os outros também tem opinião, também tem um ponto de vista que pode estar correcto, que é valido.
É óbvio que não somos todos iguais, é essa diferença que torna o mundo belo, cada cabeça sua sentença. O que não quer dizer que estejamos todos certos naquilo que opinamos, mas também não estaremos todos errados! Como tal será sensato pensar que quando alguém pratica um determinado acto, tem uma razão para o fazer. Algum motivo esteve na origem de uma atitude, que até pode não nos agradar, mas que provavelmente foi praticada com a melhor das intenções. Saber as causas ajuda na compreensão. Reconhecendo a origem e tentando imaginar que atitude tomaria cada um de nós em circunstâncias indênticas, é um exercício que levará a desculpar muitas das coisas que nos desagradam.
Não quero com isto dizer, que esta é a solução para tudo, pois sei, que há situações que jamais vamos tolerar, mas isso tem a ver com o facto, de cada um de nós ter valores e princípios, que alem de não serem absolutos, nos foram “ensinados” por todas as vivências que vamos tendo ao longo da vida, e essas são necessariamente diferentes de pessoa para pessoa! A forma como cada um de nós reage, é a marca do nosso carácter, e esse nasce-se com ele e vai-se cultivando com a experiência!
Um dia houve alguém que me disse: “- quando nascemos temos todos o mesmo QI, a questão é que com o passar do tempo o vamos “educando” de forma diferente.” Não penso que seja bem assim, mas se fosse diria que com o carácter se passa o mesmo.
“Não testemunhes com a boca o que os teus olhos não viram!”, é um proverbio judaico.
Se fosse tido em conta este proverbio, ajudaria a causar menos embaraços a muita gente que abre a boca só por abrir! A causar menos transtornos a algumas pessoas, que até se esforçam, para compreender o que motiva esse tipo de atitude.
Se antes de abrirem a boca, pensassem o como seria se estivessem do outro lado, no lugar daqueles que estão a maltratar ou a maldizer, de certeza que haveria muito menos injustiças e que muitas mais pessoas acordariam com um sorriso, prontos para desempenhar as suas tarefas diárias, com muito mais apetite e atitude.
Teríamos um mundo melhor!
É por esse mundo que temos que lutar!

segunda-feira, 1 de março de 2010

Explicação!

Depois de ter lido os comentários, os quais agradeço, verifiquei que a ultima frase (Boas quecas!), perturbou o ojectivo do que foi a razão do “post”.
Como tal decidi retira-la!
O prazer de que falei, não se resume ao acto sexual! O prazer de viver, a busca de felicidade, a forma como cada um de nós age em prol do bem comum, foi o que me motivou para o “post” anterior.
Os exemplos que referi, tiveram só como objectivo, fazer reflectir sobre o facto de muitas vezes não nos apercebermos que promenores simples nos tornam a vida complicada.
A maioria das vezes as relações detrioram-se porque as pessoas não dialogam, acomodam-se ao que pensam ser a vontade e o desejo do outro, sem nunca lhe perguntarem o que os faz sentir bem.
As relações entre pessoas, sejam elas quais forem, tem todas altos e baixos. Devemos é tirar o maior partido possivel dos altos para que nunca se baixe muito. Quem se sente feliz, seja naquilo que for, não sente necessidade de alterar o seu estado!
A busca pelo desconhecido, é a busca pela felicidade!