quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Porque assino por baixo


"Vão-se foder!
Na adolescência usamos vernáculo porque é “fixe”. Depois deixamo-nos disso.
Aos 32 sinto-me novamente no direito de usar vernáculo, quando realmente me apetece e neste momento apetece-me dizer: Vão-se foder!
Trabalho há 11 anos. Sempre por conta de outrém. Comecei numa micro empresa portuguesa e mudei-me para um gigante multinacional.
Acreditei, desde sempre, que fruto do meu trabalho, esforço, dedicação e também, quando necessário, resistência à frustração alcançaria os meus objectivos. E, pasme-se, foi verdade. Aos 32 anos trabalho na minha área de formação, feliz com o que faço e com um ordenado superior à média do que será o das pessoas da minha idade.
Por isso explico já, o que vou escrever tem pouco (mas tem alguma coisa) a ver comigo. Vivo bem, não sou rica. Os meus subsídios de férias e Natal servem exactamente para isso: para ir de férias e para comprar prendas de Natal. Janto fora, passo fins-de-semana com amigos, dou-me a pequenos luxos aqui e ali. Mas faço as minhas contas, controlo o meu orçamento, não faço tudo o que quero e sempre fui educada a poupar.
Vivo, com a satisfação de poder aproveitar o lado bom da vida fruto do meu trabalho e de um ordenado que batalhei para ter.
Sou uma pessoa de muitas convicções, às vezes até caio nalgumas antagónicas que nem eu sei resolver muito bem. Convivo com simpatia por IDEIAS que vão da esquerda à direita. Posso “bater palmas” ao do CDS, como posso estar no dia seguinte a fazer uma vénia a comunistas num tema diferente, mas como sou pouco dado a extremismos sempre fui votando ao centro. Mas de IDEIAS senhores, estamos todos fartos. O que nós queríamos mesmo era ACÇÕES, e sobre as acções que tenho visto só tenho uma coisa a dizer: vão-se foder. Todos. De uma ponta à outra.
Desde que este pequeno, mas maravilho país se descobriu de corda na garganta com dívidas para a vida nunca me insurgi. Ouvi, informei-me aqui e ali. Percebi. Nunca fui a uma manifestação. Levaram-me metade do subsídio de Natal e eu não me queixei. Perante amigos e família mais indignados fiz o papel de corno conformado: “tem que ser”, “todos temos que ajudar”, “vamos levar este país para a frente”. Cheguei a considerar que certas greves eram uma verdadeira afronta a um país que precisava era de suor e esforço. Sim, eu era assim antes de 6ª feira. Agora, hoje, só tenho uma coisa para vos dizer: Vão-se foder.
Matam-nos a esperança.
Onde é que estão os cortes na despesa? Porque é que o 1º Ministro nunca perdeu 30 minutos da sua vida, antes de um jogo de futebol, para nos vir explicar como é que anda a cortar nas gorduras do estado? O que é que vai fazer sobre funcionários de certas empresas que recebem subsídios diários por aparecerem no trabalho (vulgo subsídios de assiduidade)?… É permitido rir neste parte. Em quanto é que andou a cortar nos subsídios para fundações de carácter mais do que duvidoso, especialmente com a crise que atravessa o país? Quando é que páram de mamar grandes empresas à conta de PPP’s que até ao mais distraído do cidadão não passam despercebidas? Quando é que acaba com regalias insultosas para uma cambada de deputados, eleitos pelo povo crédulo, que vão sentar os seus reais rabos (quando lá aparecem) para vomitar demagogias em que já ninguém acredita?
Perdoem-me as chantagem emocional senhores ministros, assessores, secretários e demais personagem eleitos ou boys desta vida, mas os pneus dos vossos BMW’s davam para alimentar as crianças do nosso país (que ainda não é em África) que chegam hoje em dia à escola sem um pedaço de pão de bucho. Por isso, se o tempo é de crise, comecem a andar de opel corsa, porque eu que trabalho hé 11 anos e acho que crédito é coisa de ricos, ainda não passei dessa fasquia.
E para terminar, um “par” de considerações sobre o vosso anúncio de 6ª feira.
Estou na dúvida se o fizeram por real lata ou por um desconhecimentoprofundo do país que governam.
Aumenta-me em mais de 60% a minha contribuição para a segurança social, não é? No meu caso isso equivale a subsídio e meio e não “a um subsído”. Esse dinheiro vai para onde que ninguém me explicou? Para a puta de uma reforma que eu nunca vou receber? Ou para pagar o salário dos administradoresda CGD?
Baixam a TSU das empresas. Clap, clap, clap… Uma vénia!
Vocês, que sentam o já acima mencionado real rabo nesses gabinetes, sabem o que se passa no neste país? Mas acham que as empresas estão a crescer e desesperadas por dinheiro para criar postos de trabalho? A sério? Vão-se foder.
As pequenas empresas vão poder respirar com essa medida. E não despedir mais um ou dois.
As grandes, as dos milhões? Essas vão agarrar no relatório e contas pôr lá um proveito inesperado e distribuir mais dividendos aos accionistas. Ou no vosso mundo as empresas privadas são a Santa Casa da Misericórdia e vão já já a correr criar postos de trabalho só porque o Estado considera a actual taxa de desemprego um flagelo? Que o é.
A sério… Em que país vivem? Vão-se foder.
Mas querem o benefício da dúvida? Eu dou-vos:
1º Provem-me que os meus 7% vão para a minha reforma. Se quiserem até o guardo eu no meu PPR.
2º Criem quotas para novos postos de trabalho que as empresas vão criar com esta medida. E olhem, até vos dou esta ideia de graça: as empresas que não cumprirem tem que devolver os mais de 5% que vai poupar. Vai ser uma belo negócio para o Estado… Digo-vos eu que estou no mundo real de onde vocês parecem, infelizmente, tão longe.
Termino dizendo que me sinto pela primeira vez profundamente triste. Por isso vos digo que até a mim, resistente, realista, lutadora, compreensiva… Até a mim me mataram a esperança.
Talvez me vá embora. Talvez pondere com imensa pena e uma enorme dor no coração deixar para trás o país onde tanto gosto de viver, o trabalho que tanto gosto de fazer, a família que amo, os amigos que me acompanham, onde pensava brevemente ter filhos, mas olhem… Contas feitas, aqui neste t2 onde vivemos, levaram-nos o dinheiro de um infantário.
Talvez vá. E levo comigo os meus impostos e uma pena imensa por quem tem que cá ficar.
Por isso, do alto dos meus 32 anos digo: Vão-se foder."

Autora desconhecida

domingo, 9 de setembro de 2012

Como vivem os Portugueses!

Segundo os últimos dados conhecidos, o salário médio em Portugal não chega aos mil euros! Alguém que receba o equivalente aos ordenados mínimos da Bélgica, Holanda, França, Irlanda......em Portugal está muito acima da média! Alguém que receba 1500 euros de ordenado bruto, faz parte da classe alta da sociedade.
Vamos fazer contas!
Um casal a ganhar a cima da média, vamos dizer que em conjunto tem um rendimento bruto de 3000 euros, com dois filhos, ambos em idade escolar, vão descontar os dois para retenção na fonte, vulgo IRS, 225 euros cada. De TSU vão ser descontados 165 euros a cada um dos cônjuges. Em casa vão entrar 2220 euros. O estado ficava logo à partida com 780 euros, a partir de Janeiro com a subida da TSU para 18% o estado come por cada um deles mais 105 euros. A partir de Janeiro o estado vai ficar, sem se esforçar, com 1/3 do salário, deste casal, logo à saída da caixa. Mais 460 euros, vão ainda ser levados pelo estado, 23% dos 2000 euros que irão ser gastos nas compras do mês! Metade do salário bruto deste casal, serve para pagar não se sabem bem o quê.....tendo em conta que todos os serviços que o estado nos presta são pagos.  
Ora este casal, que tem dois filhos, e vive numa casa própria adquirida com empréstimo bancário, tem também um carro. Os filhos porque só tem aulas de manhã, ou de tarde, passam o resto da parte do dia, num ATL, Para este "luxo", sem actividades extras, o casal despende mais de 600 euros mensalmente. A renda a pagar ao banco é o mais difícil de calcular, mas vou estimar que em "média" 500 euros, não andará longe da realidade. No que à "alimentação" da casa diz respeito, agua, luz, gás, electricidade, telefone, condomínio, nunca menos de 200 euros por mês. 
Para o carrito, comprado também com recurso ao credito, vamos dizer que 200 euros, pagam a mensalidade, se em cima colocarmos mais 100 para combustível e portagens, não me parece descabido. Como o carro só anda praticante ao fim de semana, o casal gasta ainda mais 80 euros no passe social, usam os transportes públicos para irem trabalhar. Bem arredondando, 400 euros será mais ou menos o gasto mensal em transportes. 
Até aqui, sem alimentação o casal já gastou 1700 euros......como todas as contas para trás, são absolutamente necessárias, restam 300 euros para a alimentação. Não é difícil de imaginar como é criativa a vida deste casal, não é difícil de imaginar como qualquer despesa extra, como a manutenção do carro, é uma grande dor de cabeça. Não é difícil de imaginar, como quem nos governa, não tem a mínima noção de como vivem os Portugueses. 
Este exercício que fiz, não é um estudo comprovado cientificamente, nem tem assinatura de um bom e caro, gabinete de estudo e estatística. No entanto é baseado na realidade, coisa que me parece que os estudos apresentados aos decisores políticos, não tem em conta, a realidade! 
Gostaria de saber se o senhor P.M., ou outro qualquer membro do governo, conseguiria viver a alimentar-se com 300 euros por mês? 
Pois eu não consigo! Alimentar-me 22 dias por mês, onde almoço todos os dias fora de casa, gastando uma média de 8 euros por refeição, pelo menos 175 euros tem destino garantido. Tendo em conta que com a minha mulher se passa o mesmo, iríamos ter que escolher, se almoçava-mos ou jantávamos.... Para os meus filhos....ah pois, iria aqui a casa do meu "vizinho" (tendo em conta que moro em Massamá), buscar do mesmo que ela dá às filhas!
Como é que é possível, que continuem a tirar aos que pouco ou nada tem, para continuar a alimentar os que até agora ainda não prescindiram de nada nem tão pouco dos luxos que marcam as diferenças entre classes!

sábado, 8 de setembro de 2012

Eles gozam....nós pagamos!

Decididamente, temos que nos deixar de pieguices, mariquices........e fazer parar esta chularia toda. Eles (os políticos) gozam connosco, somos uns bonzinhos, temos muita paciência, não levantamos cabelo, encolhemos os ombros e pagamos!!! Por acaso já alguém fez bens as contas de quanto já nos roubaram nestes últimos anos? Tudo o que compramos, pagamos 23%, pagávamos, 16, 17, 19, 21, 23, em cinco anos foram 7%, do que gastamos, ou seja gastamos o mesmo, compramos menos! Os escalões do IRS, todos os anos tem sido actualizados, fazendo com que os que estão a meio da tabela, todos os anos tenham visto aumentar, os valores que pagam, e diminuir as possibilidades de dedução. Todos os serviços indispensáveis à nossa vida (luz, agua, esgotos, gás....), tem aumentado de forma escandalosa. Os salários, salvo raras excepções, há anos que não aumentam. Pergunto eu: Mas afinal, quem é que levou isto para o buraco? Mas afinal, porque é que os que são menos culpados, no afundanço, são aqueles que tem que pagar, e perder o pouco que conseguiram, porque trabalharam de forma honesta e séria? Então porque é que eu que não tenho "nada", tenho que continuar a pagar para alem do que é razoável, para além das minhas possibilidades, a chularia de quem de forma pouco honesta e séria, atingiu patamares salariais, que para 90% da população, são equivalentes ao sonho de ganhar o totoloto? Se um ladrão, me roubasse a carteira, eu iria correr atrás, eu iria fazer queixa à policia, eu iria espernear. Então porque é que vou permitir que me roubem, a toda a hora e manter-me tranquilo? Decididamente, temos que tomar uma atitude, temos que fazer parar esta roubalheira.  

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Coisas que irritam IV


Não é meu intuito homenagear quem quer que seja, não porque não mereçam, não porque não concorde, mas sim porque a homenagem devida tem que ser necessariamente maior do que aquilo que consigo fazer!
Dito isto, direito ao assunto!
É uma estupidez irritante, o que se passa com os incêndios em Portugal.
Estupidez, porque há gente insane, que atea fogo ao nosso país, e a comunicação social dá cobertura e publicita. No dia 3 de Setembro de 2012, o canal publico RTP, passou 25 minutos do Telejornal a encher o ego daqueles que vibram com o que arde.
Estupidez, porque a mesma cobertura, não é dada aos casos de sucesso das autoridades, quando conseguem descobrir os criminosos, que nos andam a matar a todos.
Estupidez, porque ainda se dão ao “luxo” de criticar aqueles que abdicam de tudo para salvar os bens e as vidas alheias, os BOMBEIROS.
Que não haja bom senso, de forma a evitar a publicidade, não concordando, ainda percebo. Mas criticar os bombeiros, ou passar reportagens de pessoas que os criticam, é muito mau, muita falta de decoro, é também insanidade.
Consigo perceber que as pessoas, que desnorteadas pela calamidade, façam desabafos menos próprios, insurgindo-se contra os atrasos ou os meios utilizados no local.
Não consigo perceber, que isso seja noticia! Não consigo perceber que na mesma medida não se noticie, os casos, que sem os bombeiros se teria perdido tudo!
Não sou bombeiro porque não tenho coragem!
Como eu há muitos milhões de portugueses, que não tem coragem para arriscar a vida a defender o que não lhes pertence. Quem não consegue fazer melhor, no mínimo, abstêm-se.
De tanta estupidez, nem reparam que são uns covardes!