domingo, 14 de março de 2010

Bofetada de luva branca.

Tomei a liberdade de editar este post, com o editorial escrito pelo editor de politica do DN, mas que poderia ter sido escrito por mim!
Não sou Madeirense, mas faço parte do grupo ainda maior de pessoas, que fica indignado com o egoísmo, e com a falta de visão que algumas pessoas revelam, quando pensam que só acontece aos outros!
“ Não faças com os outros, o que não gostarias que os outros fizessem contigo!”
É um lema, que quem me conhece bem, sabe que tento seguir o mais à risca possível! O senhor Alberto João nem por isso, e nós aguentamos!!!

“Uma bofetada de luva branca
Data: 26-02-2010
Faço parte daquele enorme grupo de madeirenses que nunca esqueceu a arrogância do presidente do Governo Regional da Madeira quando, em 1999, disse: "Nem um tostão para Timor!" Fiquei ainda mais magoado quando, um ano depois, tive a oportunidade de visitar Timor-Leste integrado na comitiva que acompanhou o Presidente da República Jorge Sampaio em visita oficial. Vi casas destruídas, vi gente humilde, sem nada. Gente que ainda falava algum português, que pedia ajuda e que precisava mesmo dessa ajuda. E lembrava-me, nessa Díli ainda destroçada, do presidente do governo da minha ilha: "Nem um tostão para Timor!".
Agora que Timor começa a erguer-se mas revela ainda muitas fragilidades, é a nossa Madeira, a 'Singapura do Atlântico', a merecer a ajuda de fora. Ao contrário de mim, Ramos-Horta e Xanana Gusmão já esqueceram o que disse Jardim. E agora, em vez de nem um tostão para a Madeira, vejo com emoção um país bem mais pobre que a nossa rica Região a dizer: "100 mil contos para a Madeira!". Timor, um dos países mais pobres do mundo, desvia dos seus cidadãos 556 mil euros (ou 750 mil dólares) para ajudar a manter o bom nívelde vida de uma Região que se apresenta com indicadores que a deixam como uma das mais ricas da União Europeia. E Timor não se limita a um tostão: oferece mais de dois euros a cada madeirense.
Sei que este não é o momento para tricas políticas. Que a hora é de trabalhar pela reconstrução, chorar os mortos e proteger os vivos. E,sinceramente, acho que estamos a fazer bem o que é possível fazer nestaaltura. O Governo, as Câmaras, as Juntas, os Voluntários. Mas é difícil ficar insensível perante os contributos vindos de fora. Além dos efeitospráticos na reconstrução, a solidariedade de anónimos e as visitas dos 'cubanos' Sócrates e Cavaco e ainda o dinheiro do patrão do 'Pingo Doce' obrigam-nos não apenas a ter mais cuidado com o planeamento urbanístico como também a ter mais tento na língua. Nas desgraças é assim: hoje eles, amanhã nós.
Miguel Silva,
Editor de Política do DN”

1 comentário:

  1. Só mostra que não somos todos iguais quando se trata de ajudar os outros, nem sempre os mais ricos contribuem com mais, pelo menos em termos proporcionais. Mas que sirva pelo menos de lição para certas pessoas aprenderem a ser solidárias e não repetirem os mesmos erros no futuro, pois quando precisaram houve alguém que lhes deu a mão e não ficou indiferente!

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