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domingo, 7 de abril de 2013

Comunicado......


Estava tudo a correr sobre rodas, todos os indicadores assim o indicam, até que chegou o Tribunal Constitucional e lixou tudo!!!!!! A falta de vergonha e decoro já não tem explicação. O ano passado já tinha sido "avisados" pelo T.C., este ano queriam mais!!!!
Depois de 22 meses no poder, ficamos a saber que a culpa é toda dos outros!
Seriam interessantes medidas concretas ..... tais como acabar com a chulice, ou acabar com os esquemas obscuros que favorecem sempre os mesmos.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Afinal de que se reclama?


Recebi hoje um mail, não resisti a publicar porque partilho na integra todo o seu conteúdo!

"O português reclama de quê?

Reclamam do Sócrates? do Victor Constâncio, do Passos Coelho? do António José Seguro, do Cavaco Silva? do Mário Soares, do Dias Loureiro? do Armando Vara? do Paulo Portas? do Isaltino Morais? do Duarte Lima, do Jorge Coelho, do João Jardim? do Joe Berardo, do Ministério Publico? da Ministra da Justiça? dos Tribunais ? do Procurador Geral da República, dos Autarcas do País? do Teixeira dos Santos, do Vítor Gaspar? da CGTP, da UGT? da Maioria dos deputados no Parlamento? da Comissão de Arbitragem, do Pinto da Costa, do Valentim Loureiro, ou de outro canalha qualquer?

O Português é assim:

A- Coloca nome em trabalho/licenciatura que não fez.
B- Coloca nome de colega que faltou em lista de presença.
C- Paga para alguém fazer seus trabalhos.

1 - Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.
2 - Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.
3 - Suborna ou tenta subornar quando é apanhado cometendo uma infração.
4 - Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, peixe, camisolas e até placas dentárias.
5 - Fala no telemóvel enquanto conduz.
6 - Usa o telefone da empresa onde trabalha para ligar para o telemóvel dos amigos (me dá um toque que eu retorno...) - assim o amigo não gasta nada.
7 - Conduz pela direita e pelos passeios nos engarrafamentos.
8 - Para em filas duplas, triplas, em frente às escolas.
9 - Viola a lei do silêncio.
10 - Conduz bebado.
11 - Furafilas nos bancos, nas repartições públicas, etc. etc. utilizando-se as mais esfarrapadas desculpas.
12 - Deita lixo nas ruas, nas calçadas nos jardins.
13 - Usa atestado médico sem estar doente, só para faltar ao trabalho.
14 - Usurpa"  luz, água e tv a cabo.
15 - Regista imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.
16 - Compra recibos para abater na declaração das finanças para pagar menos imposto.
17 - Quando viaja em serviço pela empresa, se o almoço custou 10?, pede factura de 20?.
18 - Comercializa objectos doados em campanhas de catástrofes, ou para ajuda a mais necessitados.
19 - Estaciona em espaços exclusivos para deficientes.
20 - Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado.
21 - Compra produtos piratas com a plena consciência de que são piratas.
22 - Substitui o catalisador do carro por um, que só tem a casca.
23 - Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do metro, sem pagar passagem.
24 - Leva das empresas onde trabalha, pequenos objetos  como clipes, envelopes, canetas, lápis... etc. etc. como se isso não fosse roubo.
25 - Falsifica tudo, tudo mesmo... só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado.
26 - Quando volta do estrangeiro, nunca diz a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta ou perguntava o que traz na bagagem.
27 - Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve.

E quer que os políticos sejam honestos....
Escandaliza-se com a corrupção dos políticos, o dinheiro das  cartões de credito, das despesas nas passagens aéreas e da estadia no estrangeiro...
Esses políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo, ou não?
O Português reclama de quê, afinal?
E é a mais pura verdade, isso que é o pior! Então sugiro adotarmos uma mudança de comportamento, começando por nós mesmos, onde for necessário!
Vamos dar o bom exemplo!"

segunda-feira, 4 de março de 2013

Não precisamos dos"Borges"


Por muito que tentemos fazer prevalecer o optimismo  se não perdermos o discernimento, quem se preocupa com o que está à sua volta, percebe que estamos a caminho do descalabro total!
Quando se trabalha em equipa, deve de haver sempre um líder  alguém que coordene e organize todo o trabalho da equipa. O líder tem como principal incumbência, fazer com que todos os intervenientes remem no mesmo sentido e com a mesma finalidade. O líder  em minha opinião, é necessário porque somos todos diferentes e pensamos todos como tal, de forma diferente. Sem uma boa liderança nem sempre aproveitamos todos os recursos que temos à disposição, sem uma boa liderança, muitas vezes perde-se tempo onde não havia necessidade, fazendo e desfazendo algo que poderia ter sido feito bem à primeira.
É verdade que ser líder não é para quem quer! Há três tipos de líderes: os que nasceram para o ser; os que trabalharam para o ser; os que nasceram com o cú virado para a lua. Em relação aos dois primeiros tipos, não há em minha opinião comentários a fazer. São por norma pessoas competentes, que por mérito, inato ou em virtude de muito esforço, atingem lugares no topo da hierarquia  Na esmagadora maioria dos casos, suportados pelos conhecimentos que foram adquirindo ao longo dos anos, ou pela inteligência/perspicácia que possuem na utilização dos recursos que têm ao seu dispor.  
No entanto em Portugal, grande parte do nosso dirigismo (a todos os níveis) , é gente que caiu de paraquedas, nas funções que desempenha, nasceram com o rabinho virado para a lua. Como é possível, alguém com pouca experiência profissional, ser administrador de uma grande empresa? Bem sei que há muita gente bastante dotada e precoce. Bem sei que a idade não é sinónimo de experiência. Mas há mínimos! Um individuo com menos de dez anos de experiência profissional, por muito intensa que a mesma tenha sido, ainda não adquiriu “maturidade” suficiente para liderar sem "muletas".
Por sermos dirigidos por gente com pouca experiência, gente pouco humilde, gente sem escrúpulos e que se julgam senhores da verdade e do mundo, é que dificilmente conseguiremos sair do buraco em que estamos metidos sem danos colaterais bastante traumáticos  Precisamos de líderes, mas líderes na verdadeira acessão da palavra. Precisamos de gente que nos carregue ao colo, não de indivíduos que usem as poucas energias que ainda restam para serem carregados ao colo. Não precisamos de teóricos, precisamos sim de pessoas que concretizem, que pensem no que é exequível.
Não precisamos de “Borges” neste país, precisamos dos “Pintos” que mudem os rumos e façam ressuscitar o que está dado como morto.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Porque assino por baixo


"Vão-se foder!
Na adolescência usamos vernáculo porque é “fixe”. Depois deixamo-nos disso.
Aos 32 sinto-me novamente no direito de usar vernáculo, quando realmente me apetece e neste momento apetece-me dizer: Vão-se foder!
Trabalho há 11 anos. Sempre por conta de outrém. Comecei numa micro empresa portuguesa e mudei-me para um gigante multinacional.
Acreditei, desde sempre, que fruto do meu trabalho, esforço, dedicação e também, quando necessário, resistência à frustração alcançaria os meus objectivos. E, pasme-se, foi verdade. Aos 32 anos trabalho na minha área de formação, feliz com o que faço e com um ordenado superior à média do que será o das pessoas da minha idade.
Por isso explico já, o que vou escrever tem pouco (mas tem alguma coisa) a ver comigo. Vivo bem, não sou rica. Os meus subsídios de férias e Natal servem exactamente para isso: para ir de férias e para comprar prendas de Natal. Janto fora, passo fins-de-semana com amigos, dou-me a pequenos luxos aqui e ali. Mas faço as minhas contas, controlo o meu orçamento, não faço tudo o que quero e sempre fui educada a poupar.
Vivo, com a satisfação de poder aproveitar o lado bom da vida fruto do meu trabalho e de um ordenado que batalhei para ter.
Sou uma pessoa de muitas convicções, às vezes até caio nalgumas antagónicas que nem eu sei resolver muito bem. Convivo com simpatia por IDEIAS que vão da esquerda à direita. Posso “bater palmas” ao do CDS, como posso estar no dia seguinte a fazer uma vénia a comunistas num tema diferente, mas como sou pouco dado a extremismos sempre fui votando ao centro. Mas de IDEIAS senhores, estamos todos fartos. O que nós queríamos mesmo era ACÇÕES, e sobre as acções que tenho visto só tenho uma coisa a dizer: vão-se foder. Todos. De uma ponta à outra.
Desde que este pequeno, mas maravilho país se descobriu de corda na garganta com dívidas para a vida nunca me insurgi. Ouvi, informei-me aqui e ali. Percebi. Nunca fui a uma manifestação. Levaram-me metade do subsídio de Natal e eu não me queixei. Perante amigos e família mais indignados fiz o papel de corno conformado: “tem que ser”, “todos temos que ajudar”, “vamos levar este país para a frente”. Cheguei a considerar que certas greves eram uma verdadeira afronta a um país que precisava era de suor e esforço. Sim, eu era assim antes de 6ª feira. Agora, hoje, só tenho uma coisa para vos dizer: Vão-se foder.
Matam-nos a esperança.
Onde é que estão os cortes na despesa? Porque é que o 1º Ministro nunca perdeu 30 minutos da sua vida, antes de um jogo de futebol, para nos vir explicar como é que anda a cortar nas gorduras do estado? O que é que vai fazer sobre funcionários de certas empresas que recebem subsídios diários por aparecerem no trabalho (vulgo subsídios de assiduidade)?… É permitido rir neste parte. Em quanto é que andou a cortar nos subsídios para fundações de carácter mais do que duvidoso, especialmente com a crise que atravessa o país? Quando é que páram de mamar grandes empresas à conta de PPP’s que até ao mais distraído do cidadão não passam despercebidas? Quando é que acaba com regalias insultosas para uma cambada de deputados, eleitos pelo povo crédulo, que vão sentar os seus reais rabos (quando lá aparecem) para vomitar demagogias em que já ninguém acredita?
Perdoem-me as chantagem emocional senhores ministros, assessores, secretários e demais personagem eleitos ou boys desta vida, mas os pneus dos vossos BMW’s davam para alimentar as crianças do nosso país (que ainda não é em África) que chegam hoje em dia à escola sem um pedaço de pão de bucho. Por isso, se o tempo é de crise, comecem a andar de opel corsa, porque eu que trabalho hé 11 anos e acho que crédito é coisa de ricos, ainda não passei dessa fasquia.
E para terminar, um “par” de considerações sobre o vosso anúncio de 6ª feira.
Estou na dúvida se o fizeram por real lata ou por um desconhecimentoprofundo do país que governam.
Aumenta-me em mais de 60% a minha contribuição para a segurança social, não é? No meu caso isso equivale a subsídio e meio e não “a um subsído”. Esse dinheiro vai para onde que ninguém me explicou? Para a puta de uma reforma que eu nunca vou receber? Ou para pagar o salário dos administradoresda CGD?
Baixam a TSU das empresas. Clap, clap, clap… Uma vénia!
Vocês, que sentam o já acima mencionado real rabo nesses gabinetes, sabem o que se passa no neste país? Mas acham que as empresas estão a crescer e desesperadas por dinheiro para criar postos de trabalho? A sério? Vão-se foder.
As pequenas empresas vão poder respirar com essa medida. E não despedir mais um ou dois.
As grandes, as dos milhões? Essas vão agarrar no relatório e contas pôr lá um proveito inesperado e distribuir mais dividendos aos accionistas. Ou no vosso mundo as empresas privadas são a Santa Casa da Misericórdia e vão já já a correr criar postos de trabalho só porque o Estado considera a actual taxa de desemprego um flagelo? Que o é.
A sério… Em que país vivem? Vão-se foder.
Mas querem o benefício da dúvida? Eu dou-vos:
1º Provem-me que os meus 7% vão para a minha reforma. Se quiserem até o guardo eu no meu PPR.
2º Criem quotas para novos postos de trabalho que as empresas vão criar com esta medida. E olhem, até vos dou esta ideia de graça: as empresas que não cumprirem tem que devolver os mais de 5% que vai poupar. Vai ser uma belo negócio para o Estado… Digo-vos eu que estou no mundo real de onde vocês parecem, infelizmente, tão longe.
Termino dizendo que me sinto pela primeira vez profundamente triste. Por isso vos digo que até a mim, resistente, realista, lutadora, compreensiva… Até a mim me mataram a esperança.
Talvez me vá embora. Talvez pondere com imensa pena e uma enorme dor no coração deixar para trás o país onde tanto gosto de viver, o trabalho que tanto gosto de fazer, a família que amo, os amigos que me acompanham, onde pensava brevemente ter filhos, mas olhem… Contas feitas, aqui neste t2 onde vivemos, levaram-nos o dinheiro de um infantário.
Talvez vá. E levo comigo os meus impostos e uma pena imensa por quem tem que cá ficar.
Por isso, do alto dos meus 32 anos digo: Vão-se foder."

Autora desconhecida

domingo, 9 de setembro de 2012

Como vivem os Portugueses!

Segundo os últimos dados conhecidos, o salário médio em Portugal não chega aos mil euros! Alguém que receba o equivalente aos ordenados mínimos da Bélgica, Holanda, França, Irlanda......em Portugal está muito acima da média! Alguém que receba 1500 euros de ordenado bruto, faz parte da classe alta da sociedade.
Vamos fazer contas!
Um casal a ganhar a cima da média, vamos dizer que em conjunto tem um rendimento bruto de 3000 euros, com dois filhos, ambos em idade escolar, vão descontar os dois para retenção na fonte, vulgo IRS, 225 euros cada. De TSU vão ser descontados 165 euros a cada um dos cônjuges. Em casa vão entrar 2220 euros. O estado ficava logo à partida com 780 euros, a partir de Janeiro com a subida da TSU para 18% o estado come por cada um deles mais 105 euros. A partir de Janeiro o estado vai ficar, sem se esforçar, com 1/3 do salário, deste casal, logo à saída da caixa. Mais 460 euros, vão ainda ser levados pelo estado, 23% dos 2000 euros que irão ser gastos nas compras do mês! Metade do salário bruto deste casal, serve para pagar não se sabem bem o quê.....tendo em conta que todos os serviços que o estado nos presta são pagos.  
Ora este casal, que tem dois filhos, e vive numa casa própria adquirida com empréstimo bancário, tem também um carro. Os filhos porque só tem aulas de manhã, ou de tarde, passam o resto da parte do dia, num ATL, Para este "luxo", sem actividades extras, o casal despende mais de 600 euros mensalmente. A renda a pagar ao banco é o mais difícil de calcular, mas vou estimar que em "média" 500 euros, não andará longe da realidade. No que à "alimentação" da casa diz respeito, agua, luz, gás, electricidade, telefone, condomínio, nunca menos de 200 euros por mês. 
Para o carrito, comprado também com recurso ao credito, vamos dizer que 200 euros, pagam a mensalidade, se em cima colocarmos mais 100 para combustível e portagens, não me parece descabido. Como o carro só anda praticante ao fim de semana, o casal gasta ainda mais 80 euros no passe social, usam os transportes públicos para irem trabalhar. Bem arredondando, 400 euros será mais ou menos o gasto mensal em transportes. 
Até aqui, sem alimentação o casal já gastou 1700 euros......como todas as contas para trás, são absolutamente necessárias, restam 300 euros para a alimentação. Não é difícil de imaginar como é criativa a vida deste casal, não é difícil de imaginar como qualquer despesa extra, como a manutenção do carro, é uma grande dor de cabeça. Não é difícil de imaginar, como quem nos governa, não tem a mínima noção de como vivem os Portugueses. 
Este exercício que fiz, não é um estudo comprovado cientificamente, nem tem assinatura de um bom e caro, gabinete de estudo e estatística. No entanto é baseado na realidade, coisa que me parece que os estudos apresentados aos decisores políticos, não tem em conta, a realidade! 
Gostaria de saber se o senhor P.M., ou outro qualquer membro do governo, conseguiria viver a alimentar-se com 300 euros por mês? 
Pois eu não consigo! Alimentar-me 22 dias por mês, onde almoço todos os dias fora de casa, gastando uma média de 8 euros por refeição, pelo menos 175 euros tem destino garantido. Tendo em conta que com a minha mulher se passa o mesmo, iríamos ter que escolher, se almoçava-mos ou jantávamos.... Para os meus filhos....ah pois, iria aqui a casa do meu "vizinho" (tendo em conta que moro em Massamá), buscar do mesmo que ela dá às filhas!
Como é que é possível, que continuem a tirar aos que pouco ou nada tem, para continuar a alimentar os que até agora ainda não prescindiram de nada nem tão pouco dos luxos que marcam as diferenças entre classes!

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Portugal


Um artigo de Jacques Amaury, sociólogo e filósofo francês, professor na Universidade de Estrasburgo. Tomo a liberdade de o publicar, porque concordo em absoluto com tudo o que foi escrito. Para ler com olhos de ler!

"Portugal atravessa um dos momentos mais difíceis da sua história que terá que resolver com urgência, sob o perigo de deflagrar crescentes tensões e consequentes convulsões sociais.
Importa em primeiro lugar averiguar as causas. Devem-se sobretudo à má aplicação dos dinheiros emprestados pela CE para o esforço de adesão e adaptação às exigências da união.
Foi o país onde mais a CE investiu "per capita" e o que menos proveito retirou. Não se actualizou, não melhorou as classes laborais, regrediu na qualidade da educação, vendeu ou privatizou mesmo actividades primordiais e património que poderiam hoje ser um sustentáculo.
Os dinheiros foram encaminhados para auto-estradas, estádios de futebol, constituição de centenas de instituições público-privadas, fundações e institutos, de duvidosa utilidade, auxílios financeiros a empresas que os reverteram em seu exclusivo benefício, pagamento a agricultores para deixarem os campos e aos pescadores para venderem as embarcações, apoios estrategicamente endereçados a elementos ou a próximos deles, nos principais partidos, elevados vencimentos nas classes superiores da administração pública, o tácito desinteresse da Justiça, frente à corrupção galopante e um desinteresse quase total das Finanças no que respeita à cobrança na riqueza, na Banca, na especulação, nos grandes negócios, desenvolvendo, em contrário, uma atenção especialmente persecutória junto dos pequenos comerciantes e população mais pobre.
A política lusa é um campo escorregadio onde os mais hábeis e corajosos penetram, já que os partidos cada vez mais desacreditados, funcionam essencialmente como agências de emprego que admitem os mais corruptos e incapazes, permitindo que com as alterações governativas permaneçam, transformando-se num enorme peso bruto e parasitário. Assim, a monstruosa Função Publica, ao lado da classe dos professores, assessoradas por sindicatos aguerridos, de umas Forças Armadas dispendiosas e caducas, tornaram-se não uma solução, mas um factor de peso nos problemas do país.
Não existe partido de centro já que as diferenças são apenas de retórica, entre o PS (Partido Socialista) e o PSD (Partido Social Democrata), de direita, agora mais conservador ainda, com a inclusão de um novo líder, que tem um suporte estratégico no PR e no tecido empresarial abastado. Mais à direita, o CDS (Partido Popular), com uma actividade assinalável, mas com telhados de vidro e linguagem publica, diametralmente oposta ao que os seus princípios recomendam e praticarão na primeira oportunidade. À esquerda, o BE (Bloco de Esquerda), com tantos adeptos como o anterior, mas igualmente com uma linguagem difícil de se encaixar nas recomendações ao Governo, que manifesta um horror atávico à esquerda, tal como a população em geral, laboriosamente formatada para o mesmo receio. Mais à esquerda, o PC (Partido comunista) menosprezado pela comunicação social, que o coloca sempre como um perigo latente e uma extensão inspirada na União Soviética, oportunamente extinta, e portanto longe das realidades actuais.
Assim, não se encontrando forças capazes de alterar o status, parece que a democracia pré-fabricada não encontra novos instrumentos.
Contudo, na génese deste beco sem aparente saída, está a impreparação, ou melhor, a ignorância de uma população deixada ao abandono, nesse fulcral e determinante aspecto. Mal preparada nos bancos das escolas, no secundário e nas faculdades, não tem capacidade de decisão, a não ser a que lhe é oferecida pelos órgãos de Comunicação. Ora e aqui está o grande problema deste pequeno país; as TVs as Rádios e os Jornais, são na sua totalidade, pertença de privados ligados à alta finança, à industria e comercio, à banca e com infiltrações accionistas de vários países.
Ora, é bem de ver que com este caldo, não se pode cozinhar uma alimentação saudável, mas apenas os pratos que o "chefe" recomenda. Daí a estagnação que tem sido cómoda para a crescente distância entre ricos e pobres.
A RTP, a estação que agora engloba a Rádio e TV oficiais, está dominada por elementos dos dois partidos principais, com notório assento dos sociais-democratas, especialistas em silenciar posições esclarecedoras e calar quem lenta o mínimo problema ou dúvida. A selecção dos gestores, dos directores e dos principais jornalistas é feita exclusivamente por via partidária. Os jovens jornalistas, são condicionados pelos problemas já descritos e ainda pelos contratos a prazo determinantes para o posto de trabalho enquanto, o afastamento dos jornalistas seniores, a quem é mais difícil formatar o processo a pôr em prática, está a chegar ao fim. A deserção destes, foi notória.
Não há um único meio ao alcance das pessoas mais esclarecidas e por isso, "non gratas" pelo establishment, onde possam dar luz a novas ideias e à realidade do seu país, envolto no conveniente manto diáfano que apenas deixa ver os vendedores de ideias já feitas e as cenas recomendáveis para a manutenção da sensação de liberdade e da prática da apregoada democracia.
Só uma comunicação não vendida e alienante, pode ajudar a população, a fugir da banca, o cancro endémico de que padece, a exigir uma justiça mais célere e justa, umas finanças atentas e cumpridoras, enfim, a ganhar consciência e lucidez sobre os seus desígnios." Jacques Amaury

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

É difícil mas não impossível!


O meu carácter bem disposto e optimista, tem-me coibido de escrever (há desculpas piores)!Não querendo fazer deste espaço um muro de lamentações e de mal dizer, tenho preferido não publicar mais do mesmo. 
A onda negativa que enfrentamos todos os dias, não nos deixa muita margem de manobra para a boa disposição. Tendo em conta que a escrita não é a minha profissão, a minha “imaginação” está muito dependente das influências directas que vou vivendo. As noticias que nos são “oferecidas” pelos “media” são um dos caminhos para a depressão. O ambiente que se vive no sector das artes gráficas, ao qual me dedico em “regime profissional”, confirmam o caminho. Apesar de não viver directamente as dificuldades do sector, não fico indiferente ao que se passa à minha volta. Todos os dias, ou quase todos, sou confrontado com mais uma empresa que fechou, mais uma que não paga salários há dois meses, muita gente a viver a “balões de soro”. Por muito optimismo e boa disposição “residente”, é difícil não ser afectado pelo negativismo e pessimismo que nos rodea.
Quando critico o que quer que seja, é porque tenho uma alternativa que julgo, no meu ponto de vista, ser melhor. Não tenho por habito dizer mal, só por dizer, não sou do contra só para marcar presença. As criticas, as chamadas de atenção tem que ter um lado construtivo, não devemos ficar indiferentes ao que não nos agrada, mas temos que saber porque não nos agrada, temos que explicar porque seria melhor de outra forma, como faríamos diferente.
Constato que nestes tempos de dificuldade que vivemos, a grande maioria critica, diz mal. No entanto apresentar alternativas, com pés e cabeça, fazer diferente do que tanto criticam, mostrar o caminho e dar exemplos só mesmo uma pequena minoria sem expressão. O lado solidário do povo Português, que tantas vezes é realçado, a quando de calamidades, quase sempre naturais, que afectam outros povos e regiões, está posto de lado no que à crise diz respeito. A desunião e o egoísmo só fortalecem os que de forma menos honesta e séria tentam lucrar com as necessidades e carências de quem realmente precisa. São necessários consensos, é preciso tocar a reunir. Cada vez tenho mais dificuldade em aceitar as pessoas que se limitam a ver os erros alheios, que não tem outra preocupação se não mostrar o lado menos bom da “coisa”. Não consigo (nem quero) entender os seres que não vem mais longe que o próprio umbigo, mas convencidos que conhecem todos os umbigos do mundo, como tal capazes de “botar” sentença em tudo o que lhes chega aos ouvidos.
Há uns tempos atrás, quando falava com alguém conhecedor sobre os problemas da realidade Angolana, o mesmo alertou-me, para o tempo necessário que levariam as coisas a mudar, em opinião dele, cerca de 50 anos. As gerações que hoje traçam os destinos de Angola, vivem todas elas sobre as marcas da guerra. Umas directamente, porque a fizeram, lutaram nela. Outras de forma indirecta, porque foram obrigados a aprender a sobreviver em consequência da mesma. Conclusão: gente com horizontes limitados por força das suas vivências, no entanto são essas gentes, que educam e transmitem os seus conhecimentos às gerações mais novas e até mesmo às futuras. Como só podem transmitir o que sabem ou conhecem, levará alguns anos, 50 na opinião desse meu amigo, até que a sociedade crie novos hábitos e novas formas de actuar.
Pois o que eu penso, é que por cá passa-se mais ou menos o mesmo. Sem fazer comparações, porque são sociedades muito distintas, também em Portugal, vamos levar muitos anos, até que se criem novos hábitos, novas formas de pensar e sobretudo novas formas de actuar. Os valores e a forma de agir da grande esmagadora das nossas gentes, vão ter que mudar. Se queremos fazer parte do grupo dos países mais desenvolvidos, temos que aproximar os nossos valores dos deles. Não podemos estar eternamente à espera, que alguém resolva todos os problemas por nós. As boas ideias tem que ser aproveitadas, venham lá elas de onde vierem. Não podemos continuar a viver de forma tão complexada e tão mesquinha, esquecendo que o futuro é amanhã, depois de amanhã e todos os outros dias que se seguem.
Corremos de uma forma desenfreada sem pensar, não percebendo que estamos a liquidar o presente e o futuro dos que mais queremos e amamos: os nossos filhos.
“Bater no ceguinho” é algo que não me agrada. Mas tal como diz o ditado: “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura!”
Não vou conseguir mudar o mundo, mas tento!