quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Falta de visão futura.

Uma das coisas com as quais, nós portugueses, somos confrontados quase todos os dias, é com a falta de planeamento, com a falta de visão futura.
Grande maioria das acções, das obras, dos processos aprovados pelas autarquias ou pelas entidades governamentais, apesar de ter que obedecer às imperativas burocracias, papelada e documentação de fazer perder a paciência ao mais santo dos Santos, não é bem decidido.
Sabemos que a corrupção, é um facto, que muitas das coisas que nos parecem estranhas, são mesmo “estranhas”. Que algumas vezes, o suborno torna mais fácil ou até mesmo possível o que a lei não permite, fazendo parecer estranhas algumas decisões.
Mas muitas das outras coisas estranhas, são mesmo más decisões, são mesmo falta de planeamento, são mesmo falta de visão futura, são mesmo incompetência e falta de planeamento.
Há inúmeros exemplos, mas um que me recordo, porque é bastante recente, aliás ainda ainda decorre. Tem a ver com uma obra, numa localidade muito perto do local onde habito. A estrada, que se encontrava em mau estado, foi alcatroada, os passeios foram refeitos. Trabalho “limpinho”, bonito e bem feito! Ainda nem passou um mês, a estrada e os passeios, estão todos esburacados. Acidente? Catástrofe natural? Nada disso! Falta de planeamento…ou não! Agora cada um pensa o que quiser!
Já algum tempo que estava pendente na Câmara Municipal de Oeiras a autorização para se avançar com o gás natural na freguesia de Queluz de Baixo. A autorização, ou melhor o arranque da obra, começou alguns dias depois, depois da mesma rua ou estrada ter sido totalmente reparada. Estranho, os utilizadores da mesma rua, que demoraram a ver satisfeita a sua pretensão, o melhoramento, nem tiveram tempo para saborear, pois ainda o alcatrão não tinha arrefecido, e já outra entidade o voltava a arrancar, ainda os passeios não tinham sido passeados, e já a calçada tinha voltado a ser arrancada.
Conclusão: além do desperdício de dinheiro, os utilizadores, vão ficar mal servidos outra vez, e daqui a mais meia dúzia de meses a mesma rua vai necessitar outra vez de obras, pois uma coisa e uma estrada com piso totalmente novo e passeios novos, outra coisa é uma estrada ou uma rua remendada.
Será que a entidade que permitiu ou autorizou as obras de beneficiação, não tem conhecimento do que está planeado ou decidido para a mesma zona, mas a efectuar por empresas diferentes. Quantas entidades administram o mesmo “território”? Se há mais do que uma, tem que “falar” entre si! Nos dias que correm, consegue-se passar a informação muito rapidamente, há telefones, faxes, internet…!!!!
O que falta mesmo é a boa vontade, ou melhor, o que falta mesmo é a vontade!!
Vontade de ter trabalho, vontade de fazer evoluir a espécie, vontade que possamos evoluir enquanto sociedade civilizada.
Sem organização e planeamento, nunca poderemos chegar aos calcanhares dos nossos parceiros mais evoluídos dentro da CE. Não que eles sejam melhores profissionais, ou mais trabalhadores. Eles são só mais organizados, planeiam melhor!
São mais produtivos, vêem mais além! Gastam menos para produzir mais, com muito menos trabalho!
É só uma questão de tentar ver na direcção do futuro!
Há uma certa tendência para reparar mais no passado, esse já não alteramos! Dos Descobrimentos, já ninguém se lembra…a não seremos nós!!!!  

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