sexta-feira, 28 de maio de 2010

Dizer o que se pensa

No nosso país ninguém anda contente, nem agora nem nunca!
Temos por habito dizer mal de tudo e de todos, temos o terrível habito de protestar por dá cá aquela palha! Mas normalmente quando chega a hora da verdade, ou seja a hora de dar a cara, quem pode esconde-se.
As pessoas tem medo de dizer o que pensam, as pessoas não sabem dizer o que pensam!
Tenho tido alguns amargos de boca por dizer o que penso, tenho perdido algumas coisas por ser decidido na defesa dos meus pontos de vista. Nunca ninguém me ouviu dizer que as minhas ideias ou pontos de vista são os mais correctos, ou os únicos que são validos. Mas são os meus, é por eles que tenho que me bater! A minha consciência é o mais importante que transporto comigo todos os dias, não consigo imaginar o que seria deitar-me e não conseguir adormece-la. Tenho ganho muito mais por dizer sempre o que penso!
Vamos vivendo e mudando de opiniões, vamos aperfeiçoando o nosso carácter, a nossa forma de viver.
Há coisas que são desagradáveis de dizer, que quando as dizemos, quem nos ouve não vai gostar. É assim a vida, não podemos andar todos felizes…ou talvez possamos! Se o que há de desagradável a dizer, for dito de uma forma menos bruta, lá porque o contexto é desagradável a forma não tem que ser também! Se quem nos ouve dizer as coisas desagradáveis, tiver o habito de ouvir dizermos coisas agradáveis, quando elas ocorrem, vai ser muito mais tolerante e compreensivo! Se quem nos vai ouvir dizer coisas desagradáveis, tiver o habito de nos ouvir admitir os erros e as faltas que cometemos, vai perceber que avaliamos as falhas por aquilo que elas valem e não por quem as comete!
Estas são algumas formas de se dizer o que se pensa sem tornar os outros tão infelizes!
Eu sei, porque também sou assim, que muitas vezes não conseguimos conter os nossos impulsos. Aquilo que nos vêem à boca sai de uma forma abrupta e pouco ponderada, muitas vezes acabemos por dizer aquilo que não queremos da forma menos correcta, tanto para quem está a ouvir, como para quem está a dizê-lo. Sim porque muitas vezes ao deixarmos que o coração passe à frente da boca acabamos por nos magoar, fomos brutos e mal tratamos quem não merece, criando em nós uma magoa e um mal estar que nos incomoda!
Com a idade, consequencia da experiência que vamos adquirindo, vamos sendo mais ponderados, mais sensatos, conseguimos reflectir num curto espaço de tempo, conseguimos evitar dizer algumas asneiradas das quais normalmente nos “arrependemos”. Esta ponderação não é sinónimo de ficarmos calados quando somos agredidos, não é sinónimo de deixarmos de dizer o que pensamos quando o temos que dizer. O que esta ponderação consegue alcançar, é uma forma muito mais inteligente de dizer e de conseguir o que queremos sem para que tal baixemos de nível, sem para que tal molestemos os outros de forma injustificada.
Dizer o que se pensa, mesmo que para isso seja necessário o confronto directo, é uma caractristica de poucos. Muitas vezes as pessoas para “evitarem” chatices, deixam de dizer o que pensam, ficam a remoer, vão acumulando, como consequência explodem quando a tampa salta. E quando salta, normalmente as coisas não tem remédio.
Eu sou mais apreciador do estilo: - “O que tem que ser, tem muita força”; “ não deixes para amanhã o que podes dizer hoje”. Tenho a ideia de quem usa este estilo, tem menos amargos de boca, menos desilusões. É verdade que normalmente estas pessoas ou são amadas ou odiadas, não passam de forma indiferente pela vida, nem deixam os outros indiferentes. As relações são menos hipócritas, os amigos são mesmo amigos, e os que não são, não aquecem nem arrefecem. Sabemos com quem podemos contar ou não, sabemos quem se quer aproveitar do facto de andar sempre alguém na cabeça do touro! Eu gosto que gostem de mim, gosto dos que gostam de mim, mas também gosto de saber quais são os que não podem comigo. Assim não faço fretes…nem fazem fretes comigo!
Dizer o que se pensa e o que se sente, devia de ser um principio de todos, a nossa vida seria muito mais sincera e muito mais feliz! Não temos, que eu saiba, a capacidade de adivinhar o que os outros pensam, quando as pessoas falam as pessoas entendem-se, logo haveria menos mal entendidos e mais pessoas satisfeitas.
Haveria um mundo melhor!

1 comentário:

  1. Nem sempre dizer o que se pensa é o melhor para todos. Por vezes não dizer é sinal de tolerância, nem todos pensamos da mesma forma e a nossa opinião, quando não é solictada nem sempre é bem-vinda. Não é por isso que vamos mudar de ideias ou ficar mais fracos porque deixámos de demonstrar aos outros o que pensamos, mas viver em sociedade tem destas coisas. Nem todos buscam a defesa dos seus ideais como objectivo de vida, não é por isso que vão deixar de os ter ou de os defender quando a ocasião se impuser, mas não é necessário fazer campo de batalha ou viver constantemente em conlfito para se ser verdadeiro!
    Quando estamos de cabeça quente dificilmente conseguimos exprimir as nossas ideias ou pontos de vista com clareza, pelo que normalmente é melhor deixar arrefecer os ânimos para que a troca de impressões seja calma e ponderada e menos susceptível de ferir os outros.
    Duas pessoas não têm de pensar da mesma forma, uma conversa não tem que necessariamente terminar em consenso, cada qual pode ficar com o seu ponto de vista e muitas vezes não há um que seja mais correcto que o outro, apenas as pessoas têm crenças e formas de ver a vida diferentes consoante as suas experiências e devem respeitar as opiniões dos outros. Nós podemos pensar que umas abordagens são mais válidas que outras de acordo com as nossas preferências, mas cada pessoas tem o direito de ter a sua!

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