Durante muitos anos, muitos portugueses lutaram para um Portugal livre, o fascismo e a ditadura deixaram marcas muito profundas em muitos dos nossos antecessores!
Não vivi a luta pela liberdade, era uma criança quando se deu o 25 de Abril, mas tenho algumas imagens e memórias das conversas em minha casa e de alguns factos que presenciei apesar de muito miúdo.
Não fui, não sou e espero nunca vir a ser filiado em qualquer partido politico. Não é por isso que deixo de ter uma opinião politica, não é por isso que deixo de cumprir os meus deveres enquanto cidadão. Votei em todas as eleições em que a minha presença física foi possível na mesa de voto.
Há algo que me faz um bocadinho de confusão, as pessoas que defendem os partidos como se defende os clubes de futebol! Com paixão! Apoiando (votando), sempre no mesmo partido, sem ter em conta a personagem que o lidera.
Não vou pronunciar-me sobre as diferenças ou semelhanças entre ambos ou até mesmo das “funções” que cada um dos grupos tem na nossa sociedade, é uma tarefa que cabe aos Sociolgos e que acredito já foi bem estudada.
A forma como o nosso sistema politico está estruturado, nos tempos que correm, em minha opinião, não faz muito sentido. Partidos a mais para, medidas, decisões e trabalho a menos.
Sei, que houve “lutas” intensas, para se conseguirem algumas das liberdades e dos “poderes” que hoje dispomos. Mas não podemos viver sempre a pensar no passado, com receio de agir, de reformar porque existem “velhos do Restelo”. Do passado retiramos os ensinamentos para que cada dia que passa possamos melhorar o nosso presente, com vista a um futuro risonho.
Tenho dificuldade em entender como é que os representantes que elegemos para governarem o nosso país, nos diferentes poderes políticos, ignoram pura e simplesmente, as propostas que outros representantes mas de outra facção politica apresentam no sentido de melhorar a nossa vida colectiva. É difícil de perceber como se rejeita ou aceita qualquer coisa, só que para isso baste a origem, sem levar em conta o conteúdo.
Quando olho para a nossa Assembleia da República, e para os deputados que todos elegemos, sinto uns calafrios, uma revolta interior de bradar aos céus. Tudo porque não vejo pessoas responsáveis e capazes de abdicarem dos seus interesses pessoais em prol do nosso bem comum.
A quando da fundação dos nossos partidos políticos, os seus apoiantes e dirigentes batiam-se por ideais, quem se “arriscava” no combate politico defendia uma ideologia, tinha ideias concretas do caminho a seguir para construir um futuro melhor para todos. Era a pensar na melhor para todos, que as pessoas defendias os seus ideais. Podem se discutir os ideais e as ideologias, mas elas existiam e eram com base nisso que se debatiam ideias e defendiam medidas.
Hoje nada disso se passa, as ideologias são coisa do passado, estão esbatidas e não se percebe bem quem defende o quê, até mesmo as diferenças entre esquerda e direita são muitas vezes confusas para não dizer inexistentes.
Os dois maiores partidos em Portugal, são uma copia um do outro, apesar dos seus apoiantes não pensarem assim. Só mesmo os simpatizantes de cada um deles, consegue ver grandes diferenças entre eles. O que me parece, é que as mesmas diferenças são só retórica, e que só existem quando cada um deles está na oposição, porque depois de assumirem o poder, o rumo é o mesmo, os actos e os medos de agir não são diferentes idependentemente de quem governa. Os lobbys e os boys, são outros mas cumprem o mesmo papel perante a sociedade.
Constatamos que há medidas ou propostas que foram rejeitadas, porque os partidos que as propuseram, faziam parte da oposição, e que as mesmas além de sensatas até eram necessárias, mas como foram ideia da “minoria”, não passam. Não é um bom trabalho, não é com essa forma de agir e pensar que vamos melhorar a nossa qualidade de vida, lá porque foram os outros a tomarem a iniciativa, não tem que se desvalorizar só por causa da origem. O que deveria estar sempre em causa, seria o conteúdo, não é isso que acontece para prejuízo de todos nós.
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