O meu carácter bem disposto e optimista, tem-me coibido de
escrever (há desculpas piores)!Não querendo fazer deste espaço um muro de
lamentações e de mal dizer, tenho preferido não publicar mais do mesmo.
A onda negativa que enfrentamos todos os dias, não nos deixa
muita margem de manobra para a boa disposição. Tendo em conta que a escrita não
é a minha profissão, a minha “imaginação” está muito dependente das influências
directas que vou vivendo. As noticias que nos são “oferecidas” pelos “media”
são um dos caminhos para a depressão. O ambiente que se vive no sector das
artes gráficas, ao qual me dedico em “regime profissional”, confirmam o
caminho. Apesar de não viver directamente as dificuldades do sector, não fico
indiferente ao que se passa à minha volta. Todos os dias, ou quase todos, sou
confrontado com mais uma empresa que fechou, mais uma que não paga salários há
dois meses, muita gente a viver a “balões de soro”. Por muito optimismo e boa
disposição “residente”, é difícil não ser afectado pelo negativismo e
pessimismo que nos rodea.
Quando critico o que quer que seja, é porque tenho uma
alternativa que julgo, no meu ponto de vista, ser melhor. Não tenho por habito
dizer mal, só por dizer, não sou do contra só para marcar presença. As
criticas, as chamadas de atenção tem que ter um lado construtivo, não devemos
ficar indiferentes ao que não nos agrada, mas temos que saber porque não nos
agrada, temos que explicar porque seria melhor de outra forma, como faríamos diferente.
Constato que nestes tempos de dificuldade que vivemos, a
grande maioria critica, diz mal. No entanto apresentar alternativas, com pés e
cabeça, fazer diferente do que tanto criticam, mostrar o caminho e dar exemplos
só mesmo uma pequena minoria sem expressão. O lado solidário do povo Português,
que tantas vezes é realçado, a quando de calamidades, quase sempre naturais,
que afectam outros povos e regiões, está posto de lado no que à crise diz
respeito. A desunião e o egoísmo só fortalecem os que de forma menos honesta e
séria tentam lucrar com as necessidades e carências de quem realmente precisa.
São necessários consensos, é preciso tocar a reunir. Cada vez tenho mais
dificuldade em aceitar as pessoas que se limitam a ver os erros alheios, que
não tem outra preocupação se não mostrar o lado menos bom da “coisa”. Não
consigo (nem quero) entender os seres que não vem mais longe que o próprio umbigo, mas convencidos que conhecem todos os umbigos do mundo, como tal
capazes de “botar” sentença em tudo o que lhes chega aos ouvidos.
Há uns tempos atrás, quando falava com alguém conhecedor sobre
os problemas da realidade Angolana, o mesmo alertou-me, para o tempo necessário
que levariam as coisas a mudar, em opinião dele, cerca de 50 anos. As gerações
que hoje traçam os destinos de Angola, vivem todas elas sobre as marcas da
guerra. Umas directamente, porque a fizeram, lutaram nela. Outras de forma
indirecta, porque foram obrigados a aprender a sobreviver em consequência da
mesma. Conclusão: gente com horizontes limitados por força das suas vivências,
no entanto são essas gentes, que educam e transmitem os seus conhecimentos às
gerações mais novas e até mesmo às futuras. Como só podem transmitir o que
sabem ou conhecem, levará alguns anos, 50 na opinião desse meu amigo, até que a
sociedade crie novos hábitos e novas formas de actuar.
Pois o que eu penso, é que por cá passa-se mais ou menos o
mesmo. Sem fazer comparações, porque são sociedades muito distintas, também em
Portugal, vamos levar muitos anos, até que se criem novos hábitos, novas formas
de pensar e sobretudo novas formas de actuar. Os valores e a forma de agir da
grande esmagadora das nossas gentes, vão ter que mudar. Se queremos fazer parte
do grupo dos países mais desenvolvidos, temos que aproximar os nossos valores
dos deles. Não podemos estar eternamente à espera, que alguém resolva todos os
problemas por nós. As boas ideias tem que ser aproveitadas, venham lá elas de
onde vierem. Não podemos continuar a viver de forma tão complexada e tão
mesquinha, esquecendo que o futuro é amanhã, depois de amanhã e todos os outros
dias que se seguem.
Corremos de uma forma desenfreada sem pensar, não percebendo
que estamos a liquidar o presente e o futuro dos que mais queremos e amamos: os
nossos filhos.
“Bater no ceguinho” é algo que não me agrada. Mas tal como
diz o ditado: “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura!”
Não vou conseguir mudar o mundo, mas tento!
Bravo.Se cada um de nós tivesse essa visão positiva e construtiva , concerteza no conjunto algo mudaria, para melhor.
ResponderEliminarUm só que seja, faz diferença,é errado (em minha opinião...) pensar que um só não muda nada!Partilho, sem reservas, da tua atitude.
Cada um de nós já faz muito, pois influencia de algum modo os que o rodeiam. Pelo menos, ficam a pensar....assim o espero.
Saudações aeronáuticas, um abraço.