quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Convencido ou talvez não!

Há pessoas, que por terem facilidade em exprimir-se, por não terem qualquer pudor na revelação dos seus pensamentos ou sentimentos, são apelidadas de convencidas.
Uma pessoa convencida, é alguém que não tem constrangimento em dizer o que pensa, nem tão pouco sobre si próprio!
Penso ser muito mais errado, alguém hipócrita, que embora se julgue o “melhor”, diga o oposto, do que alguém que é realmente bom no que faz, seja lá o que for, e quando confrontado com isso, não tenha pudor em se afirmar como tal.
Teorias há muitas, pessoas a avaliar os outros, os seus comportamentos e atitudes, também. Agora pessoas com capacidade de olharem para o seu próprio umbigo, ouvirem a opinião dos outros, e reflectirem sobre isso, há muito poucas. A imparcialidade em causa própria, penso ser algo impossível, haverá sempre alguns constrangimentos quando se tem que decidir, contra nós próprios. No entanto há pessoas que tem discernimento suficiente para fazer mea culpa e assumirem erros ou faltas, quando para isso são chamados a atenção.
Há pessoas assim, que embora sejam “convencidas”, também conseguem pedir desculpas e assumir os seus erros.
O único convencimento destas pessoas, é que são seres humanos, como tal tem coisas boas e coisas más! Serão boas em determinadas facetas e provavelmente más noutras. O que os “não convencidos” não gostam é que os “convencidos” publicitem os seus feitos, as suas virtudes. Porque se publicitarem os seus defeitos, ai já não haverá qualquer problema, não há um rotulo, e se houver é no sentido positivo, até são capazes de dizer que se trata de uma pessoa humilde e honesta!
O que eu não entendo, é por que é que se eu anunciar o meu lado menos bom, sou um modesto, logo um gajo porreiro. Mas se eu afirmar o que penso de mim próprio naquilo que tenho de melhor, chamam-me convencido, fazendo notar o lado negativo que isso tem! Não me parece sério!
Pois se eu pensar que não presto, e o afirmar, não serei também convencido? Estarei convencido que sou uma “nodoa”! Ai preciso de ajuda, coitadinho, vamos lá levanta-lo, ele até é um gajo porreiro!
Mas seu eu mostrar, aquilo que dizem de mim, sim porque se as pessoas se tornam “convencidas” é porque alguém enalteceu as qualidades que apreciou nessa mesma pessoa. Já estarei a ser um fulano que “tem a mania”! Não serei a mesma pessoa? Não será pouco poder de encaixe por parte de alguns que tem dificuldade em relacionar-se com o sucesso dos outros? Pois é o que me parece!
São as pessoas com moral em cima, confiantes, e com o ego elevado que elevam a moral dos outros.
Como tudo na vida, cada cabeça sua sentença! Não penso, que uma pessoa pelo facto de não ter pudor em afirmar o seu lado positivo, seja um mau carácter ou alguém repugnante. Uma coisa é ser “bom” e afirma-lo ou publicita-lo, “ser convencido”, outra coisa é ser arrogante, ou seja pelo facto de se ser bom num qualquer acto ou actividade, mostrar isso denegrindo, rebaixando os que não estão ao seu nível.
Ser “convencido” não é necessariamente um defeito, desde que como em tudo na vida a “coisa” tenho peso, conta e medida!
Eu sou “convencido”, por varias razões, mas as que mais contribuem para isso são sem duvida o facto de ter orgulho em ser quem sou e como sou. E esforçar-me para me deitar todos os dias de consciência  tranquila, com sentido de dever comprido porque me esforcei para fazer o melhor que me era possível em cada tarefa/acto que desempenhei. 

3 comentários:

  1. Concordo com o autor na medida em que as pessoas não devem subestimar-se tal como o contrário. Na minha opinião, uma pessoa só se torna convencida quando se gaba na frente dos outros por dá cá aquela palha, porque aquele que está consciente das suas qualidades/capaciades não sente essa necessidade. É uma situação semelhante aos que gostam de denegrir a imagem dos outros, faz isso quem se sente inseguro e age dessa forma para se sentir melhor do que os outros, embora nestes casos a atitude seja de todo incorrecta.
    Se somos bons profissionais o nosso trabalho fala por nós e acabamos por ser valorizados nas palavras dos outros, o reconhecimento é dado por aqueles que também têm valor, pessoas de bem, porque a opinião dos outros, mesmo que seja divergente, não é importante.

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  2. A minha modesta opinião: não precisamos de dizer o que pensamos de nós aos Outros. Aliás, nem nos devemos preocupar muito com o que os Outros pensam de nós. Se os Outros Reconhecerem e Agradecerem o nosso investimento (profissional, pessoal) ficamos orgulhosos e agradados. E fica para nós.
    Porque tudo na Vida é relativo. Interagimos com os outros de formas diferentes, dependendo de vários factores. A Humildade é uma qualidade, implica sermos modestos, simples. Não acho que, devemos enaltecer os "nossos feitos e qualidades", pois não contribui para a nossa Felicidade, que penso ser esse o nosso objectivo supremo. Sermos felizes.
    Miss Avalon

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  3. Avaliação profissional temos os superiores ( quando justos ) para tal, agora como seres humanos eu deixo para o próximo fazer tal avaliação, assim como eu farei áqueles que comigo convivem de perto. Lido com muita gente, mas há um instinto natural em mim que automáticamente me afasta de tal gente.
    Profissionalmente nunca gostei de dar graxas mas alegro-me que sempre fui premiada pelo esforço que dei à minha vida profissional.
    para provar a minha honestidade tenho muita gente em S. Martinho que bem podem prová-lo ( sem vaidade )
    Um abraço alentejano e até um dia,
    Maria Marques,
    Amadora

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