O discurso do Interino (director desportivo) do Sporting, leva-me a escrever sobre um assunto que há algum tempo eu queria abordar!
A culpa e desculpa! Em Portugal, normalmente a culpa morre solteira. O que o Interino fez ontem, foi "sacudir a agua do capote", é o que de melhor se faz por estas bandas! A culpa é sempre dos outros, há pessoas que tem uma imaginação infernal, para afastarem a responsabilidade de alguma coisa menos correcta. Os Portugueses usam com muita imaginação a relação causa/efeito quando se trata de atirarem para bem longe a "culpa" que possam ter.
A primeira tentativa de desculpa costuma ser o "não fui eu", mesmo quando não está mais ninguém por perto, é intuitivo! A segunda costuma ser o "foi sem querer", como se isso desculpa-se por si só as asneiradas que se possam fazer por qualquer que seja o motivo!
Poucas são as pessoas que erram de prepósito, e essas de uma forma geral são criminosos, o que quer dizer que não faz parte dos "códigos de honra" dessa gente, pedir desculpa ou assumir culpa num acto premeditado.
Pedir desculpa devia ser o primeiro passo a seguir a assumir a culpa, como se tem dificuldade em a assumir o não pedir desculpa é uma consequência inevitável.
Assumir a culpa é uma acto de responsabilidade e honestidade.
Pedir desculpa é uma forma de respeitar aqueles que sofrem na pele, as consequências de alguma coisa menos bem conseguida, que embora tenha sido, algo feito de forma não intencional (a maior parte das vezes), tem consequências que não agradam aos mesmos.
Como para sermos respeitados, temos que respeitar!
Acredito que as pessoas que não tem "problemas" em assumir as suas limitações, os seus defeitos e assumem de forma expontânea as culpas dos seus "erros", são mais respeitadas por todas as outras, tendo mais credito na afirmação da sua palavra e sendo mais facilmente desculpadas por eventuais erros!
A honestidade é um valor que se tem perdido ao longo dos tempos!
Se queremos que os outros sejam honestos connosco temos que ser honestos com eles, para isso é preciso começar por aceitar os nossos erros e as nossas "culpas"!
Depois ainda há aqueles que não se lembram do que fizeram e afirmam categoricamente e a pé juntos que não foram eles, esquecendo-se que nem toda a gente tem memória curta, especialmente quando nos afecta directamente.
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