sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Alcool e droga.

Há assuntos que são de difícil abordagem, não porque tenha qualquer tipo de tabu, mas porque dependendo do ponto de vista se pode mudar de opinião facilmente.
Não tenho por objectivo defender/acusar nenhuma classe, causa, religião ou facção politica, isso que fique mais uma vez claro. Tenho tão só como objectivo formular a minha opinião ou “alertar” para opiniões que considero validas apesar de não concordar com elas.
O assunto que decidi abordar é um dos que faz tremer a nossa sociedade, cheia de bons costumes e com grandes tradições.
Faz parte dos nossos hábitos beber uns copitos, até há bem pouco tempo atrás quem não apanhava uma bebedeira, era um “maricas”. Quem não bebesse umas cervejolas com os amigos, não era bom companheiro para a farra! E só me estou a referir ao sexo masculino! Porque se alguém do sexo feminino comete-se a ousadia de entrar num café e pedisse uma imperial, bem… o que se dizia!
É um facto que hoje em dia é um bocadinho diferente, especialmente no que diz respeito à discriminação entre sexos!
Quantos de nós não apanhamos já umas grandes bebedeiras? Quantos de nós não bebem regularmente bebidas alcoólicas? Apesar de não ser algo que se recomende pela sociedade em geral, também é algo que não é reprovado de forma veemente, ou seja é bem tolerado!
Se for a um jantar com amigos e beber uns copitos do nosso bom vinho (especialmente o alentejano), depois uma saída até um qualquer local de diversão nocturna e meter mais umas doses de gin ou outro qualquer “álcool” a gosto. Qual é o problema? O problema é do próprio, uma ressaca desgraçada no dia seguinte! Mas até há compaixão! - Não faças barulho que … está com dor de cabeça, está mal disposto(a), deitou-se tarde! Esta é uma frase que quase todos nós já a pronunciamos ou a ouvimos numa qualquer casa dos nossos relacionamentos.
Pois é!
Agora vamos aquilo que “toda” a gente repudia, uma palavra que não é bem aceite pela nossa sociedade, daquelas coisas que “toda” a gente faz mas se esconde, não se comenta é tabu!
Vamos imaginar que depois do tal jantar com os ditos amigos, onde em vez do habitual vinho, se tinha bebido meia dúzia de garrafas de agua (isto é quase criminoso), se fumava um “charrinho” de uma qualquer erva, daquelas soft’s!
Drogado! É a forma como a “sociedade” rotula as pessoas que o fazem!
Não é justo!
O efeito do “charrinho” é rigorosamente o mesmo que o dos “copos”:
- Alucinogénico! O objectivo é o mesmo: - curtir! Então porque é que uma situação merece a compaixão e a compreensão por parte da “sociedade” e a outra é de imediato repudiada?
Uma questão de cultura, que depois é suportada por argumentos que tentam justificar a ignorância e a falta de tolerância que existe para assuntos que são tabu.
A droga é viciante! O álcool não? A droga faz mal ao cérebro! O álcool não?
Atenção estou só a falar das consideradas drogas leves, aquelas que são permitidas em alguns países, mesmo na Europa!
Como é fácil de constatar falemos de vinho ou de marijuana, estamos a falar droga!
A diferença é que uma é permitida pela sociedade, culturalmente aceite. A outra não se enquadra nos padrões que “alguém” decidiu serem os adequados para a nossa vivência em comunidade.
Não me parece correcto, não porque seja apologista da liberalização do quer que seja, só porque não me parece coerente a forma como duas atitudes idênticas são reconhecidas de forma tão díspar.

1 comentário:

  1. É pena que certa juventude não consiga perceber as consequências de tais comportamentos antes de ser difícil mudar de atitude. Há tanta forma de diversão, mas para alguns tristes só interessa ser uma "Maria vai com as outras", fazer aquilo que outros tristes consideram cool, aquilo que acham ser o que os outros esperam deles para serem aceites no grupo, como se a autodestruição fosse apagar todas as frustações com as quais não sabem lidar.
    Felizmente existem outros que ainda dão valor ao desporto e a actividades saudáveis, não descorando a diversão, mas de uma forma responsável.

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